PERFIL DOS/DAS EGRESSOS/AS DA ÁREA DE ARTES VISUAIS DO PIBID/ UNIMONTES (2010-2019)

  • Autor
  • Eduardo Junio Santos Moura
  • Co-autores
  • Dayse Magna Santos Moura
  • Resumo
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    Resumo

    Apresentamos alguns resultados da pesquisa, em processo, intitulada “10 anos depois (2010-2019): Perfil profissiográfico dos/das egressos/as da área de Artes Visuais do PIBID/Unimontes” que tem como tema a formação docente em Arte com foco no perfil profissiográfico dos/das egressos/as da Licenciatura em Artes Visuais participantes do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) no período de 2010 a 2019. Problematizamos: Qual o perfil profissiográfico dos/das egressos/as do PIBID/Unimontes da área de Artes Visuais nos últimos dez anos (2010/2019)? O objetivo é desenhar um perfil profissiográfico dos/as egressos/as da área de Artes Visuais em relação aos objetivos do programa.

     

    Palavras-chave: Artes Visuais; Egressos/as; Perfil profissiográfico; PIBID; Unimontes.

     

    Introdução

    O PIBID como política pública de incentivo à formação docente que mais se expandiu nos últimos anos possibilita alguns questionamentos, tais como: Qual o histórico do PIBID como política pública de formação docente e sua implementação na Unimontes e na área de Artes Visuais? Que formação e atuação apresentam os/as egressos/as do PIBID da área de Artes Visuais? A partir de tai questionamentos desenhamos um perfil dos/das egressos/as do PIBID da área de Artes Visuais em relação aos objetivos do programa.

     

    Justificativa

    A investigação se apresenta como um instrumento de reflexão sobre os processos de formação inicial dos/as profissionais que atuam no ensino/aprendizagem de Artes Visuais na Educação Básica e como oportunidade de (re)pensar os processos formativos e as políticas públicas de formação docente em Artes Visuais.

     

    Objetivo

    Desenhar o perfil profissiográfico dos/as egressos/as do PIBID/Unimontes da área de Artes Visuais nos últimos dez anos (2010/2019) em relação aos objetivos do programa.

     

    O PIBID e seus contextos

    Como política pública de formação docente, o PIBID é um dos programas mais bem-sucedidos implementados no Brasil nos últimos dez anos e que “Deu visibilidade às licenciaturas nas instituições, recebendo atenção de seus gestores, e envolveu os estudantes e docentes da graduação” (GATTI, BARRETO, ANDRÉ e ALMEIDA, 2019).

    No contexto da Unimontes, o PIBID terá suas primeiras ações ainda no ano de 2010 com a aprovação de seu Projeto Institucional, contemplando 12 subprojetos. Nos ingressos posteriores, a Unimontes seguiu aumentando o número de subprojetos, de coordenadores/as de área, de bolsas de iniciação à docência e de supervisão, além da ampliação do número de escolas atendidas (MOURA, 2013).

    Na área de Artes Visuais, subprojeto “Educar com Arte”, foi proposto na primeira versão do programa em 2010 e, nas versões posteriores, a área ampliou-se quantitativamente, seguindo a tendência da universidade e do programa, sendo responsável pelo incentivo à formação dos/das profissionais que atuam no ensino de Artes Visuais nos mais diversos espaços educativos na mesorregião Norte de Minas Gerais. Através do PIBID na área de Artes Visuais já foram concedidas bolsas de iniciação à docência a 92 (noventa e dois) acadêmicos/as.

     

    Percurso metodológico

    Trata-se de um estudo de caso de abordagem qualitativa dos dados coletados (BOGDAN; BIKLEN, 1994). Por meio de levantamento e análise bibliográfica apresentamos um panorama do PIBID e seus contextos; pelo levantamento documental delineamos um histórico do PIBID como política de formação docente e, por meio de um questionário online autoaplicável, desenhamos um perfil profissiográfico dos/das egressos/as em relação à formação, ao campo de atuação e aos objetivos do programa.

     

    Algumas análises e resultados

    As primeiras reflexões partem de uma análise qualitativa do conteúdo das respostas ao questionário autoaplicável por 37 egressos/as do PIBID da área de Artes Visuais. Do questionário, composto por quatro blocos perguntas, analisamos três blocos: 1. Participação no PIBID; 2. Formação promovida pelo PIBID; 3. Atuação/Ocupação e formação continuada.

    No bloco de questões sobre a participação no PIBID, os dados apontam que 24 egressos/as participaram do PIBID por um período igual ou superior a dois anos, tempo que proporcionou a participação em ações pedagógicas com o ensino de Arte nas etapas da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

    No que tange ao bloco de questões sobre a formação promovida pelo PIBID, chama a atenção que 36 egressos/as consideram que o PIBID: “Foi de grande importância e contribuiu muito para minha formação”. Esse alto índice também aparece quando questionamos sobre a relevância e a condução das ações propostas pela coordenação e pela supervisão do subprojeto. Quando questionamos sobre as ações formativas empreendidas pelo subprojeto, 34 egressos/as consideram que: “As ações formativas foram muito interessantes e contribuíram muito para a minha formação”. Desses/as, 33 consideram que a participação no PIBID: “ajudou a decidir e optar pela docência como profissão”.

    Sobre a atuação/ocupação, 24 egressos/as estão atuando na área da Educação, sendo que 20 atuam como Professor/a de Arte (Artes Visuais) na Rede Pública de Ensino, outros/as 3 estão atuando na Rede Privada de Ensino e um/a está atuando em Projetos Sociais. Dos/Das outros/as, 13 egressos/as que afirmam não atuar na área da Educação atualmente, 7 estão atuando em outras áreas e 6 afirmam estar desempregados/das. Ainda neste grupo, 11 egressos/as afirmam já ter atuado na área da Educação e depois de algum tempo mudaram em função de: 4 não conseguiram uma vaga como docente; 4 descobriram que não querem atuar na docência; 2 consideraram a remuneração da profissão muito baixa; e 1 conseguiu outro emprego com remuneração mais satisfatória.

    Sobre a atual ocupação, questionamos sobre prestação de concurso público para docente, os dados mostram que: 12 não prestaram concurso público. Dentre os/as 25 que prestaram concurso público para docente: 10 não foram aprovados/as; 6 não foram aprovados/as, mas exercem a docência por contrato precário; 5 foram aprovados/as, nomeados/as e tomaram posse no cargo; e 4 foram aprovados/as fora do limite de vagas, mas esperam ser chamados/as. No que diz respeito à formação continuada, observa-se que após a participação no PIBID, quase metade dos/das egresso/as não fizeram nenhum curso de formação continuada; e cerca de 30% fizeram um curso de formação continuada (especialização e mestrado).

     

    Algumas considerações finais

    Podemos considerar que o PIBID/Unimontes da área de Artes Visuais cumpriu, nos últimos 10 anos de atuação na formação docente em Artes Visuais, o objetivo primeiro do programa: incentivar a formação de professores/as. Podemos afirmar que o perfil profissiográfico dos/das egressos/as apresenta um desenho que reconhece o sucesso do programa no que tange ao incentivo à formação de professores/as. Os dados apontam para a inserção da maior parcela de docentes formados/as na área da Educação e, nesta, em instituições da rede pública. Ainda, apontam para uma valorização da formação empreendida e, nessa direção, para a consciência da necessidade da formação continuada em diferentes níveis para o exercício da docência.

     

     

     

    Referências

    BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sari. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994.

    GATTI, Bernardete A; BARRETO, Elba Siqueira de Sá; ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de; ALMEIDA, Patrícia Cristina Albieri de.. Professores do Brasil: novos cenários de formação. Brasília – UNESCO, 2019.

    MOURA, Eduardo J. S. Iniciação à docência como política de formação de professores. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Brasília, 2013.

  • 1. Pesquisa em Educação e a formação de professores
  • 2. Pesquisa em Educação: políticas públicas e currículo
  • 3. Políticas públicas de inclusão
  • 4. Alfabetização, Letramentos Emergentes e outras Linguagens
  • 5. Educação Matemática
  • 6. Tecnologia Aplicada à Educação e Educação a Distância
  • 7. Saberes e Práticas Educativas
  • 8. Educação de pessoas Jovens e Adultas
  • 9. Educação do Campo
  • 10. História e Historiografia da Educação
  • 11. Educação, diversidade e relação Étnico-Raciais
  • 12. Educação Infantil

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