A deficiência congênita do Fator X é uma condição rara, com incidência aproximada de 1:1.000.000 na população geral. Essa deficiência eleva o risco de sangramento pelos pacientes. Este trabalho relata o caso de uma paciente de 53 anos, melanoderma, diagnosticada com deficiência do Fator X, submetida à instalação de 4 implantes dentários, sendo 1 em área com extração prévia há 6 meses, e os demais, substituição de 3 implantes fraturados na região posterior da maxila à direita. O protocolo utilizado envolveu uma abordagem multiprofissional para que seu procedimento pudesse ser realizada no consultório odontológico, dessa forma, a paciente passou por transfusão pré-operatória de plasma fresco congelado, na Fundação Hospitalar e Hemoterapia do Amazonas (FHEMOAM), um dia antes do procedimento cirúrgico. Como meio hemostático local, foi utilizada a L-PRF (Leucocyte-Platelet Rich Fibrin), sendo assim, foi realizada a coleta de sangue da paciente, previamente ao procedimento, o qual foi centrifugado para obtenção da membrana de L-PRF. O procedimento cirúrgico iniciou-se com a instalação do implante dentário na região do elemento 33, e na região superior, seguiu-se para a substituição de 3 implantes fraturados no mesmo momento cirúrgico na região dos elementos dentários 14, 15 e 16. Após a finalização da instalação dos 4 implantes dentários a membrana de L-PRF foi inserida nas regiões dos implantes para ajudar na regeneração e manutenção do coágulo para posterior sutura. Favorecendo o processo de cicatrização, foi associado a fotobiomodulação com Laser de Baixa Potência. No 1º dia pós-operatório, a mesma passou por nova transfusão de plasma. Após 7 dias, houve remoção da sutura sem intercorrências e a paciente encontra-se em proservação com a adequada osseointegração dos implantes. Este caso evidencia a importância de um adequado manejo de pacientes com coagulopatias, evidenciando a capacidade de cirurgias odontológicas serem realizadas em consultório odontológico com segurança.
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