A Queilite Actínica é uma condição potencialmente maligna que afeta os lábios devido à exposição crônica ao sol, podendo evoluir para carcinoma de células escamosas (CEC), o tipo mais comum de câncer bucal. O principal fator de risco é a exposição aos raios UV, comum em ocupações ao ar livre, como a pesca artesanal, uma das atividades mais importantes no Amazonas. Este estudo investigou a prevalência de queilite actínica e o uso dos serviços de saúde bucal em pescadores da comunidade ribeirinha Boas Novas, no município de Careiro, Manaus–AM. A pesquisa avaliou 56 pescadores homens, com idade média de 41,7 anos, em que 53,5% se autodeclararam pardos, com renda média de R$ 1.750,57 e escolaridade média de 7,8 anos. A atividade pesqueira foi exercida, em média, por 27,9 anos, com 53,6% trabalhando diariamente por cerca de 9,8 horas. Quanto à prevenção, 75% não usavam protetor solar e 89,3% não usavam protetor labial, resultando em prevalências de queilite actínica de 3,5% para grau I, 28,6% para grau II e 28,6% para grau III. Indivíduos de pele branca apresentaram maior prevalência da lesão, enquanto o uso de protetor labial mostrou-se um fator de proteção. Em relação ao uso dos serviços de saúde bucal, aproximadamente 66% dos pescadores não os utilizaram no ano anterior; destes, 35,7% não consultavam um dentista há mais de três anos. A maioria das consultas ocorreu no serviço público (60,7%), com dor dentária (30,4%) e necessidade de exodontia (32,1%) como principais motivos, enquanto apenas 12,5% procuraram atendimento para prevenção. A análise aponta para uma alta prevalência dede queilite actínica nos pescadores ribeirinhos da comunidade estudada. As medidas fotoprotetivas e o uso dos serviços de saúde bucal precisam ser garantidos, considerando sua associação com a ocorrência da lesão.
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