Introdução: A Primeira Infância é o período que vai do nascimento até os seis anos completos, caracterizado por intensa atividade neuronal, aprendizagem e plasticidade cerebral, fundamentais para o desenvolvimento infantil. Esse desenvolvimento pode ser influenciado por diversos fatores biológicos e contextuais. Objetivo: Avaliar o bem-estar, desenvolvimento, comportamento e fatores contextuais de crianças de 2 a 65 meses que residem em áreas atendidas por Unidades de Atenção Primária à Saúde em Juiz de Fora, Minas Gerais. Métodos: Este é um estudo observacional, transversal e quantitativo. Utilizou-se o instrumento Survey of Wellbeing of Young Children (SWYC-BR) adaptado para o contexto brasileiro para a avaliação do desenvolvimento infantil. As condições socioeconômicas foram analisadas pelo Critério de Classificação Econômica Brasil e outros fatores contextuais também foram considerados, como cor da pele, nível de escolaridade do cuidador, entre outros. Os dados foram analisados por estatística descritiva para identificar relações entre alterações no desenvolvimento e comportamento. O teste de qui-quadrado foi empregado para examinar fatores contextuais, com nível de significância de ? ? 0,05. Resultados: A amostra incluiu 92 crianças de 2 a 65 meses e seus cuidadores. A frequência em creche, cor da pele branca, depressão do cuidador principal e insegurança alimentar foram associados significativamente ou tendencialmente com triagem positiva para alterações no desenvolvimento. A leitura surgiu como fator de proteção. No domínio comportamento, a frequência em creche foi identificada como fator de proteção, enquanto o uso/abuso de álcool e outras drogas foram fatores de risco. Conclusão: É fundamental promover o hábito da leitura, fortalecer o vínculo familiar e apoiar famílias monoparentais e vulneráveis para romper o ciclo da pobreza, promover a equidade racial e garantir que todas as crianças tenham um ambiente saudável e estimulante para seu desenvolvimento.
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