Introdução: Em países desenvolvidos, cerca de 1 em cada 3 crianças com Paralisia Cerebral (PC) desenvolvem luxação do quadril. É preconizado que seja feita uma vigilância constante do quadril, já que crianças com PC têm uma maior propensão a essa condição devido às alterações nas forças musculares que afetam a articulação do quadril.
Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar qual o conhecimento dos cuidadores sobre vigilância e deslocamento de quadril e se há relação entre os níveis do Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS) e o deslocamento de quadril em crianças e adolescentes brasileiros com PC.
Métodos: Participaram deste estudo transversal, 259 cuidadores de participantes com PC, do Projeto PartiCipa Brasil, entre 2 e 18 anos, de ambos os sexos. Os responsáveis preencheram o questionário de fatores contextuais e o GMFCS relato dos pais. Os dados foram analisados de forma descritiva e por correlação de Spearman entre os níveis de GMFCS e luxação de quadril (alpha=0,05).
Resultados: A maior parte dos participantes tem entre 2 e 6 anos (50,2%), possuem PC do tipo espástica (60,2%), e 21,6% já foram diagnosticados com deslocamento do quadril. Destes, 21,6% não sabem quantos graus de deslocamento, 30,1% relatam dor no quadril, e 23,2% possuem limitações nas AVD`s. A maioria dos responsáveis diz possuir conhecimento sobre a importância do acompanhamento do desenvolvimento do quadril da sua criança/adolescente (66,8%). Foi demonstrada correlação fraca entre o nível do GMFCS e a presença de deslocamento de quadril (rhô=-0,294; p=0,03).
Conclusão: Apesar do conhecimento dos responsáveis sobre a importância da vigilância do quadril, os resultados preliminares demonstram que praticamente 1 em 5 cuidadores de crianças com PC no Brasil tem conhecimento que o quadril está deslocado.
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Diretório Acadêmico 13 de outubro
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XI Congresso de fisioterapia da UFJF