As causas mais comuns de fraturas mandibulares complexas têm como etiologia acidentes automobilísticos, tumores, osteonecrose, lesões por projétil de arma de fogo, entre outros. Usualmente essas faturas necessitam de enxertia óssea, e, dentre as alternativas, o enxerto autógeno é considerado primeira opção devido à sua biocompatibilidade. A crista ilíaca é considerada padrão ouro para enxertia, uma vez que permite o reparo ósseo eficiente e neoformação, além de fornecer adequado volume de osso cortical e medular. Este trabalho tem objetivo relatar o caso do paciente G.F.P, 31 anos, sexo masculino, melanoderma. O paciente apresentou lesão por PAF e foi conduzido ao Hospital Universitário de Londrina, onde realizou-se osteossíntese. Porém, o corpo mandibular do lado esquerdo se manteve com descontinuidade óssea, sendo sustentado apenas pela placa de reconstrução. Devido à falta de cuidados do paciente e pelo tempo decorrido, o caso evoluiu com fadiga do material, mobilidade dos cotos ósseos e osteólise ao redor dos parafusos. Foi indicada então a realização de enxerto de crista ilíaca e troca do material de síntese. No pós-operatório (3 meses) o paciente apresentou bom estado geral, redução completa do edema, boa cicatrização e sem queixas álgicas. As falhas no tratamento das fraturas complexas de mandíbula podem levar à assimetria facial, alterações na oclusão, distúrbios da ATM e infecções pós-operatórias. A reconstrução óssea com enxerto de crista ilíaca tem como vantagens a estabilização da fratura, diminuição do risco de fratura da placa, manutenção do contorno facial e criação de uma área para reabilitação dentária.
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XIV Congresso de Odontologia da Unioeste
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