A criação de aves canoras em gaiolas é uma prática comum no Brasil, entretanto, este ambiente possui grande limitação de estímulos, comprometendo o bem-estar das aves. Para introdução de novos estímulos, é importante que sejam previamente validados quanto à sua valência (positiva/negativa), o que muitas vezes não ocorre. Assim, foi avaliada a resposta de oito curiós (Sporophila angolensis) frente à presença de oito estímulos para análise de suas valências e possível uso em programas de enriquecimento ambiental. Os estímulos foram: sementes de Cyperus rotundos, recipiente para banho, jiló (Solanum aethiopicum), larvas de Tenebrio molitor, playback de co-específico desconhecido, espelho, playback e um modelo de predador (Caracara plantus). Cada estímulo (S) foi testado seis vezes não consecutivas, seguindo o modelo ABA (A:5 min. sem S, B:5 min. com S e A:5 min. sem S), totalizando 12 horas de observação/ave com registro animal focal, analisado por meio do software Boris. Foi aplicado o modelo linear geral e testes Post hoc Tukey (? < 0,05). As sementes foram o S mais positivo; apresentaram menor latência de aproximação (P < 0,001), alto consumo (P < 0,001) e redução da ocorrência de estereotipia (route trace) (P < 0,001). O jiló (positivo), diminuiu o tempo em alerta durante apresentação (P=0,011). O espelho foi o mais negativo; aumentou o tempo em freezing (P = 0,012) e diminuiu o tempo em conforto durante e pós apresentação (P < 0,001). Os demais estímulos foram validados como negativos (recipiente, playbacks, modelo de predador, tenébrios e espelho). Conclui-se, portanto, que as sementes de Cyperus rotundos e o jiló são os estímulos mais positivos para o uso em programas de enriquecimento ambiental.
Uma da partes mais ricas de um evento é ter a oportunidade de apresentar seus trabalhos para colegas cientistas e interagir com os pares. Um Encontro pressupõe várias pessoas e foi fundamental ter a contribuição de tantos cientistas para o nosso encontro. Graduandos e pós-graduandos apresentaram suas descobertas e testaram a receptividade da comunidade científica a suas ideias. Isso não apenas enriqueceu os seus currículos, mas os ajudou a construir sua imagem como pesquisador, contribuiu para sua capacidade de argumentação e criou uma rede de contatos com colegas de área.
Nos simpósios vimos a interação entre cientistas de diferentes instituições que estão produzindo pesquisa numa mesma área. Foi uma forma rica de construir colaborações e de sintetizar descobertas.
Comissão Organizadora
Eduardo Bessa
Comissão Científica