As formigas gigantes da espécie D. quadriceps apresentam estrutura social simplificada e forrageio solitário. Aprender e lembrar são funções cognitivas fundamentais para localizar e transportar recursos de volta à colônia de maneira eficiente. Este estudo explora a memória associativa dessas formigas, com foco em como elas aprendem e lembram rotas em labirinto bifurcado. A pesquisa teve como objetivo entender o impacto dos intervalos de tempo na recuperação da memória e identificar perfis comportamentais relacionados à aprendizagem e ao forrageio. Foram utilizadas 48 formigas de seis colônias que foram testadas em labirinto bifurcado. Após quatro dias de treinamento com recompensas localizadas em uma área visualmente sinalizada, as formigas passaram por um intervalo de 24, 48 ou 72 horas e foram testadas para encontrar a localização da recompensa. Os resultados mostraram três perfis distintos entre as formigas testadas: Perfil 1: formigas que aprendem rapidamente, com os tempos de conclusão mais rápidos no labirinto, mas menor tendência ao forrageio. Perfil 2: formigas que aprendem lentamente a tarefa do labirinto, porém apresentam maior tendência ao forrageio, e Perfil 3: formigas com os tempos mais lentos no labirinto e que mostraram mínima atividade de forrageio. Embora as formigas testadas em intervalos de 24 e 72 horas tenham demonstrado bom desempenho na conclusão da tarefa, o grupo testado após 48 horas teve desempenho significativamente inferior aos grupos de 24 e 72 horas, indicando possível interferência na memória. Esses achados sugerem que a retenção de memória dura pelo menos três dias, mas sofre interferência de variações interindividuais relacionadas à velocidade de aprendizagem e ao comportamento de forrageio.
Uma da partes mais ricas de um evento é ter a oportunidade de apresentar seus trabalhos para colegas cientistas e interagir com os pares. Um Encontro pressupõe várias pessoas e foi fundamental ter a contribuição de tantos cientistas para o nosso encontro. Graduandos e pós-graduandos apresentaram suas descobertas e testaram a receptividade da comunidade científica a suas ideias. Isso não apenas enriqueceu os seus currículos, mas os ajudou a construir sua imagem como pesquisador, contribuiu para sua capacidade de argumentação e criou uma rede de contatos com colegas de área.
Nos simpósios vimos a interação entre cientistas de diferentes instituições que estão produzindo pesquisa numa mesma área. Foi uma forma rica de construir colaborações e de sintetizar descobertas.
Comissão Organizadora
Eduardo Bessa
Comissão Científica