Olhos escondidos na floresta: registros de armadilhas fotográficas em um fragmento de floresta urbana mostram a proximidade de cães domésticos com a vida selvagem

  • Autor
  • Luana da Silva Gonçalves
  • Co-autores
  • Jean Pablo Alves de Deus , Eduarda Valente da Mata , Carolina Antunes Ribeiro , Milton Cezar Ribeiro , Fabio Prezoto , Aline Cristina Sant’Anna
  • Resumo
  •  

    As armadilhas fotográficas se consolidaram como uma ferramenta valiosa de monitoramento ecológico, capazes de gerar grandes volumes de dados sobre a ecologia comportamental das espécies de animais. Este estudo focou no monitoramento de cães domésticos, considerados espécies invasoras quando presentes em fragmentos florestais, resultando em impactos diretos e indiretos na fauna silvestre. Nosso objetivo foi avaliar a relação entre a riqueza de espécies silvestres com a presença de cães domésticos em um fragmento de mata em área urbana. Coletamos 4.138 registros feitos por armadilhas fotográficas instaladas em quatro trilhas no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora (JB-UFJF). Nós analisamos duas trilhas: Trilha da Figueira-JB (sem visitação, vegetação fechada) e Trilha da Jussara-JB (com visitação, vegetação aberta). Em cada trilha, foram instaladas duas câmeras e os dados gerados foram coletados de dezembro de 2022 a maio de 2024. Observamos frequências relativas da presença de animais e seus comportamentos ao longo do dia. Os dados foram categorizados e analisados utilizando o software R. A locomoção foi a categoria de comportamento mais registrada para os cães (94% durante o dia e 88% à noite, em todas as trilhas). Registramos maior abundância de pequenos mamíferos na Trilha da Figueira (44% gambá e 26% tapiti) e maior presença de aves na Trilha da Jussara (63%). Um Modelo de Regressão Linear revelou uma relação negativa entre a presença de cães e a riqueza de espécies silvestres (R² = 0,53, z = -8,747, p <0,001). Este achado sugere que a presença de cães pode reduzir a diversidade de animais nas áreas mais frequentadas. No entanto, outras variáveis, como a taxa de visitação humana e a estrutura da vegetação, também podem contribuir para essa redução na riqueza. Portanto, este estudo será continuado com foco na interação potencial entre essas variáveis.

  • Palavras-chave
  • cães, comportamento, conservação
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Comportamento e conservação
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