Diferenças interindividuais vêm ganhando cada vez mais destaque na literatura de comportamento animal. Um conceito que para humanos era tão comum, aos poucos foi deixando de ser um ruído experimental na etologia e então se tornou foco de diversas pesquisas. Na primatologia, trabalhos com chimpanzés estão dentre os primeiros a considerar que indivíduos apresentam diferenças significativas e consistentes entre si em tarefas cognitivas. Neste estudo, nosso objetivo foi testar se infantes de macacos prego (Sapajus libidinosus) de vida livre do sudeste do Piauí, do seu quinto ao décimo mês de vida, apresentavam diferenças individuais significativas considerando comportamentos manipulativos. A partir de filmagens realizadas em grupo de animais livres no município de Gilbués, Piauí, investigamos se haviam diferenças interindividuais para sete fêmeas e três machos em comportamentos manipulativos (i.e., explorar com as mãos ou boca), percussivos (i.e., golpear objeto contra uma superfície) e de atenção persistente (i.e., manter atenção visual por ao menos dois segundos), Após a realização de testes de Kruskal Wallis, encontramos diferenças significativas entre indivíduos independentes do sexo do animal para os comportamentos manipulativos, mas não os de atenção. O macho Arizó, por exemplo, divergiu significantemente das fêmeas Divina, Donzela e Olivia, apresentando o maior valor de mediana para o comportamento de percussão total. Em outro exemplo, o macho Marino significantemente manipulou muito mais alimentos em relação aos outros nove indivíduos. Esses resultados ilustram a diversidade com que os animais podem divergir ao executarem tarefas manipulativas não só na quantidade, como também na forma e escolha de quais objetos interagir preferencialmente.
Uma da partes mais ricas de um evento é ter a oportunidade de apresentar seus trabalhos para colegas cientistas e interagir com os pares. Um Encontro pressupõe várias pessoas e foi fundamental ter a contribuição de tantos cientistas para o nosso encontro. Graduandos e pós-graduandos apresentaram suas descobertas e testaram a receptividade da comunidade científica a suas ideias. Isso não apenas enriqueceu os seus currículos, mas os ajudou a construir sua imagem como pesquisador, contribuiu para sua capacidade de argumentação e criou uma rede de contatos com colegas de área.
Nos simpósios vimos a interação entre cientistas de diferentes instituições que estão produzindo pesquisa numa mesma área. Foi uma forma rica de construir colaborações e de sintetizar descobertas.
Comissão Organizadora
Eduardo Bessa
Comissão Científica
Ferramenta completa de submissão, avaliação e publicação de anais para eventos científicos.
