O transtorno do espectro autista (TEA) é caracterizado por dificuldades na comunicação, comportamentos repetitivos, estereotipados e alterações nas habilidades de interação social. Considerando que a interação social é fundamental para a experiência humana, explorar novas ferramentas que facilitem a interação social se torna crucial. Terapias com animais, como a equoterapia, trazem bons resultados para crianças com desenvolvimento atípico, contudo tem um alto custo financeiro. Em observações pessoais, notamos que crianças com TEA demonstram interesse por insetos. Nosso objetivo foi descrever a interação entre crianças com TEA e insetos, para avaliar se seria viável para terapia. Para isso, realizamos um levantamento nas mídias sociais TikTok, Instagram, YouTube e Kawai, usando as hashtags #terapiaaba #autismohiperfocoporinsetos, #criançaautistaenatureza, #autismoeentomologia, #teaeinseto, #autismoeinsetos, #terapiaabacominsetos e analisamos o conteúdo dos vídeos postados, identificando o inseto presente, o contexto da interação, a presença de outras pessoas, se as interações são positivas ou negativas e emoções manifestadas pelas crianças. Em nossos resultados parciais, identificamos oito vídeos que mostram crianças com TEA interagindo com insetos, a maioria encontrada no YouTube. Observamos que 75% dos insetos presentes nas interações eram formigas e 25% uma barata e um cupim. Em 87,5% dos vídeos, as crianças estavam acompanhadas de adultos. Em todos os vídeos, a motivação para a interação com os insetos partiu das próprias crianças e a maioria demonstrou interesse, curiosidade e cuidado ao manusear os insetos. Além disso, os insetos parecem incentivar a interação das crianças com os adultos presentes. Apenas 1 criança demonstrou receio ao tocar no inseto, uma reação diferente da maioria. Nossos resultados sugerem que a interação pode favorecer a socialização com o outro e estimular habilidades motoras finas. Em geral, há uma relação positiva entre crianças com TEA e insetos, tornando-se uma alternativa acessível e viável, dado o custo significativamente mais baixo em comparação com outros animais.
Uma da partes mais ricas de um evento é ter a oportunidade de apresentar seus trabalhos para colegas cientistas e interagir com os pares. Um Encontro pressupõe várias pessoas e foi fundamental ter a contribuição de tantos cientistas para o nosso encontro. Graduandos e pós-graduandos apresentaram suas descobertas e testaram a receptividade da comunidade científica a suas ideias. Isso não apenas enriqueceu os seus currículos, mas os ajudou a construir sua imagem como pesquisador, contribuiu para sua capacidade de argumentação e criou uma rede de contatos com colegas de área.
Nos simpósios vimos a interação entre cientistas de diferentes instituições que estão produzindo pesquisa numa mesma área. Foi uma forma rica de construir colaborações e de sintetizar descobertas.
Comissão Organizadora
Eduardo Bessa
Comissão Científica