Dentre a gama de vocalizações de gatos domésticos, o miado é mais frequentemente exibido em interações com seres humanos do que com outros gatos. Nosso estudo teve como objetivo investigar o efeito de audiência humana na exibição de miados para testar a hipótese de que os miados são verdadeiramente comunicativos. Utilizamos o paradigma da tarefa sem solução envolvendo o alimento predileto do gato, uma situação altamente eliciadora de miados. Trinta e oito díades de gatos e humanos foram observadas em suas casas por meio do método da ciência cidadã síncrona. O procedimento consistiu em apresentar ao gato uma caixa plástica contendo seu alimento preferido, porém inacessível, em duas condições: na presença e na ausência da tutora. Os resultados indicaram uma maior frequência de miados na condição tutora presente em comparação com a condição tutora ausente (p < 0,001). Ademais, os miados aconteceram predominantemente enquanto os gatos olhavam para a pessoa. Na condição tutora presente, comportamentos direcionados à pessoa, como olhar para a tutora e alternância de olhares, foram significativamente mais frequentes do que zero. Na condição tutora ausente, os gatos apresentaram maior frequência de comportamentos como ficar parado e olhar para porta por onde a tutora havia saído (p = 0,038 e p < 0,001, respectivamente). Os resultados indicam a existência do efeito de audiência na emissão de miados pelos gatos. Além disso, os miados direcionados às tutoras sugerem uma potencial integração de pistas visuais (olhares) e vocais, formando um sinal bimodal para uma transmissão de informações mais eficaz, o que poderia fortalecer a mensagem comunicativa embutida na vocalização. Este estudo revelou o papel comunicativo do miado na facilitação da comunicação entre gatos e humanos, contribuindo para a nossa compreensão dos sistemas de comunicação interespecíficos.
Uma da partes mais ricas de um evento é ter a oportunidade de apresentar seus trabalhos para colegas cientistas e interagir com os pares. Um Encontro pressupõe várias pessoas e foi fundamental ter a contribuição de tantos cientistas para o nosso encontro. Graduandos e pós-graduandos apresentaram suas descobertas e testaram a receptividade da comunidade científica a suas ideias. Isso não apenas enriqueceu os seus currículos, mas os ajudou a construir sua imagem como pesquisador, contribuiu para sua capacidade de argumentação e criou uma rede de contatos com colegas de área.
Nos simpósios vimos a interação entre cientistas de diferentes instituições que estão produzindo pesquisa numa mesma área. Foi uma forma rica de construir colaborações e de sintetizar descobertas.
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