A expansão urbana tem transformado o habitat natural das espécies nativas, como a capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), que apresenta plasticidade comportamental, sendo capaz de ocupar áreas verdes urbanas, com rios e lagos. Neste contexto, interações humano-fauna e com espécies domésticas são frequentes, colocando em risco a conservação da fauna, segurança e bem-estar comum. Buscamos caracterizar as interações da capivara com humanos (H/C) e cães (C/C), no Parque Barigui, Curitiba/PR. A coleta de dados aconteceu entre março e julho de 2024, quinzenalmente, por dois dias, por um período de 2h36min/dia, em média. As observações ocorreram em horários com maior atividade da capivara, segundo a literatura (6h00-10h00; 15h00-19h00). Foram registradas 788 interações H/C, sendo 98,73% eliciadas por humanos. Estes emitiram mais a aproximação segura (54,06%) e aproximação não segura (27,77%), conforme distância recomendada pelo parque (>2 m); toque (15,48%), perseguição (0,51%) e tentativa de toque (0,13%). Capivaras emitiram mais a fuga (1,79%) e latido (0,25%), comportamentos considerados defensivos frente às ações humanas; e pedido de grooming (0,63%) por poucos indivíduos, na presença de seres humanos. Foram obtidas 40 interações C/C, sendo 52,50% eliciadas por cães. Ameaça e aproximação segura (>2 m) foram as mais emitidas por cães (20,00% cada), seguidas de latido (7,50%), aproximação perigosa e perseguição (2,50% cada). Capivaras emitiram mais o latido (35,00%), seguido de fuga (7,50%), ameaça e perseguição (2,50% cada). Tais resultados destacam o interesse das pessoas pela capivara e corroboram a flexibilidade comportamental desta espécie. Cerca de 44% das interações H/C e 30% das C/C envolveram riscos à segurança e integridade física de todas as espécies, destacando a importância de estratégias de manejo que considerem sua ecologia comportamental, para a conservação, segurança e bem-estar.
Uma da partes mais ricas de um evento é ter a oportunidade de apresentar seus trabalhos para colegas cientistas e interagir com os pares. Um Encontro pressupõe várias pessoas e foi fundamental ter a contribuição de tantos cientistas para o nosso encontro. Graduandos e pós-graduandos apresentaram suas descobertas e testaram a receptividade da comunidade científica a suas ideias. Isso não apenas enriqueceu os seus currículos, mas os ajudou a construir sua imagem como pesquisador, contribuiu para sua capacidade de argumentação e criou uma rede de contatos com colegas de área.
Nos simpósios vimos a interação entre cientistas de diferentes instituições que estão produzindo pesquisa numa mesma área. Foi uma forma rica de construir colaborações e de sintetizar descobertas.
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Eduardo Bessa
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