Em nível global, entre os anos de 1900 e 2019, as populações de tigres selvagens caíram de 100.000 para 3.890 indivíduos. Estima-se que existam mais tigres em cativeiro do que na natureza. Os programas de bem-estar animal em zoológicos modernos têm utilizado o condicionamento para treinar os animais a participarem de exames veterinários através de recompensas alimentares, minimizando o uso de contenções químicas e altos níveis de estresse. O tigre, sendo o maior felino do mundo, exige cuidados especiais ao ser manuseado, devido aos altos riscos envolvidos. O presente estudo teve como objetivo condicionar comportamentos de tigres (Panthera tigris) para facilitar procedimentos veterinários e minimizar o estresse envolvido no manejo. O experimento foi realizado em um mantenedor de fauna localizado no município de Álvaro de Carvalho, SP, onde residem três tigres adultos. Foram realizadas duas sessões de condicionamento para os animais, utilizou-se o alimento de preferência como recompensa, um "clicker" para produzir um estímulo sonoro associado ao alimento, e um bastão como alvo para ensinar os animais a segui-lo. Os resultados prévios do estudo demonstraram sucesso no treinamento dos tigres para seguir o bastão, realizar exames da cavidade oral e a aplicação de medicação na ferida de um dos animais, além de uma redução significativa na agressividade em relação aos tratadores. Esses resultados indicam que o condicionamento animal pode ser uma ferramenta eficaz para facilitar os procedimentos veterinários e promover uma relação mais positiva entre humanos e animais. O estudo evidenciou que o treinamento com reforço positivo pode melhorar o bem-estar dos tigres, aprimorando o manejo dos animais e sua interação com seus cuidadores. Assim, contribui para uma abordagem mais ética e eficiente no cuidado desses felinos em ambientes sob cuidados humanos.
Uma da partes mais ricas de um evento é ter a oportunidade de apresentar seus trabalhos para colegas cientistas e interagir com os pares. Um Encontro pressupõe várias pessoas e foi fundamental ter a contribuição de tantos cientistas para o nosso encontro. Graduandos e pós-graduandos apresentaram suas descobertas e testaram a receptividade da comunidade científica a suas ideias. Isso não apenas enriqueceu os seus currículos, mas os ajudou a construir sua imagem como pesquisador, contribuiu para sua capacidade de argumentação e criou uma rede de contatos com colegas de área.
Nos simpósios vimos a interação entre cientistas de diferentes instituições que estão produzindo pesquisa numa mesma área. Foi uma forma rica de construir colaborações e de sintetizar descobertas.
Comissão Organizadora
Eduardo Bessa
Comissão Científica