Testar a preferência dos animais por determinados recursos e oferecer o que eles escolhem pode melhorar seu bem-estar. Em peixes, a estimulação táctil corporal (ET) diminui estresse, agressividade e aumenta crescimento, mas a resposta pode variar de acordo com a espécie. Assim, testamos a preferência pela ET em dourada (Sparus aurata) e sargo (Diplodus sargus), espécies marinhas da família Sparidae e que apresentam hierarquia social. Em ambas as espécies, 18 peixes foram agrupados (3 animais/grupo) e mantidos por 8 dias em aquários contendo um aparato retangular, com hastes verticais ladeadas por cerdas de silicone, que promoveram ET nos peixes que atravessavam por elas. Em seguida, cada indivíduo foi submetido a um teste de preferência, realizado em um aquário neutro contendo uma box de vidro no centro (área de início), um aparato táctil em uma lateral e um controle (sem cerdas de silicone) na lateral oposta. Foram realizados três testes por animal para quantificação de: latência para sair da box; primeira área (com ou sem ET) visitada após sair da box; número de vezes em cada área; tempo de permanência em cada área; número de atravessamentos pelos aparatos (com e sem ET). Ambas as espécies atravessaram pelo aparato táctil nos 8 dias de agrupamento, porém os sargos atravessaram mais vezes. Os sargos exibiram preferência significativa pela área com ET, visitando-a mais vezes e permanecendo nela por mais tempo. As douradas não exibiram clara preferência, mas não evitaram a área com ET. Esses resultados foram consistentes ao longo dos três testes e confirmados pelo índice de preferência de cada peixe, onde 78% dos sargos e 33% das douradas preferiram a área com ET. Concluímos que a preferência pela ET varia conforme o indivíduo e a espécie, mesmo naquelas que apresentam comportamentos semelhantes.
Uma da partes mais ricas de um evento é ter a oportunidade de apresentar seus trabalhos para colegas cientistas e interagir com os pares. Um Encontro pressupõe várias pessoas e foi fundamental ter a contribuição de tantos cientistas para o nosso encontro. Graduandos e pós-graduandos apresentaram suas descobertas e testaram a receptividade da comunidade científica a suas ideias. Isso não apenas enriqueceu os seus currículos, mas os ajudou a construir sua imagem como pesquisador, contribuiu para sua capacidade de argumentação e criou uma rede de contatos com colegas de área.
Nos simpósios vimos a interação entre cientistas de diferentes instituições que estão produzindo pesquisa numa mesma área. Foi uma forma rica de construir colaborações e de sintetizar descobertas.
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Eduardo Bessa
Comissão Científica
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