Nos animais, a força de mordida é crucial para a captura e abate de presas. Carnívoros tendem a exibir forças de mordida elevadas para lidar com presas resistentes. A socialidade também pode influenciar nisto, sugerindo que espécies que caçam em grupos dependeriam menos da força de mordida individual, devido à cooperação. Este estudo investigou a relação entre dieta e socialidade com a força de mordida em mamíferos carnívoros através de uma revisão sistemática da literatura, utilizando dados de bases como Google Scholar e ADW e conjuntos como PanTHERIA e MammalDIET. Focamos na força de mordida do dente canino devido a sua importância na predação. Os dados coletados incluíram: força de mordida do canino (BFca), o quociente de força de mordida do canino ajustado pela massa corporal (BFQca), tamanho da presa (comparado ao tamanho do predador), grau de carnivoria e presença de comportamento social. Evitando que características observadas fossem atribuídas apenas à herança evolutiva, analisamos diversas espécies de diferentes famílias, normalizando a força de mordida do canino pelo tamanho corporal, usando o quociente de força de mordida (BFQ). Utilizamos ANOVA para analisar a relação entre BFQca, tamanho da presa, grau de carnivoria e socialidade. Os resultados mostram que espécies hipercarnívoras e que caçam presas grandes possuem alto BFQca, para capturar e abater presas eficazmente. Espécies meso/hipocarnívoras e que caçam presas menores possuem BFQca menor, respectivamente, refletindo uma dieta mais variada, composta por frutas, insetos, vegetais e presas menos resistentes, não exigindo tanto esforço de mordida. Não houve correlação significativa entre socialidade e BFQca, indicando que fatores como tamanho corporal, morfologia craniana, arquitetura muscular e dieta são mais importantes para a força de mordida. Desta forma, a força de mordida é moldada por múltiplas pressões ecológicas e evolutivas, fundamentais para entender as estratégias de sobrevivência e os papéis ecológicos dos carnívoros.
Uma da partes mais ricas de um evento é ter a oportunidade de apresentar seus trabalhos para colegas cientistas e interagir com os pares. Um Encontro pressupõe várias pessoas e foi fundamental ter a contribuição de tantos cientistas para o nosso encontro. Graduandos e pós-graduandos apresentaram suas descobertas e testaram a receptividade da comunidade científica a suas ideias. Isso não apenas enriqueceu os seus currículos, mas os ajudou a construir sua imagem como pesquisador, contribuiu para sua capacidade de argumentação e criou uma rede de contatos com colegas de área.
Nos simpósios vimos a interação entre cientistas de diferentes instituições que estão produzindo pesquisa numa mesma área. Foi uma forma rica de construir colaborações e de sintetizar descobertas.
Comissão Organizadora
Eduardo Bessa
Comissão Científica
Ferramenta completa de submissão, avaliação e publicação de anais para eventos científicos.
