O confinamento em espaço limitado, o isolamento social, a exposição a ambientes desconhecidos e estadias prolongadas em canis são todos fatores potenciais que podem levar à redução do bem-estar dos cães em canis. Cães participantes de experimentação vivem a mesma situação nos biotérios, fazendo-se necessária a busca por medidas que aumentem o grau de bem-estar desses animais. Sendo assim, o objetivo do estudo foi observar se os cães da raça beagle pertencentes ao Laboratório de Quimioterapia Experimental em Parasitologia Animal da UFRRJ, exibiam ou não o comportamento natural da espécie (farejar, cavar, correr e latir) ao participarem de duas atividades de rotina do setor de Bem-estar Animal, as quais eram a soltura em área de recreação e passeio de guia. Foram observadas 575 ocorrências de soltura e 24 ocorrências de passeio de guia no mês de maio de 2024. Das ocorrências de soltura, em 82,3% (n=473) foi observada a exibição do comportamental natural da espécie pelos cães, enquanto das ocorrências de passeio de guia 100% (n=34). O presente estudo demonstrou a importância da manifestação de comportamento natural para animais confinados, através do alto índice de ocorrência deste. A literatura diz que cães tem a preferência de defecar em área distinta a que dorme e se alimenta e, pela área de recreação possuir terra e grama, sendo considerado um ambiente com enriquecimento ambiental físico, também pode ter estimulado a preferência de eliminação fora do canil individual. Além da ocorrência do comportamento de correr e cavar, também esperados devido ao período em que os animais passaram privados de seu comportamento normal e ao tamanho da área de soltura. Portanto, é possível concluir que os cães demonstram comportamentos naturais importantes quando têm a oportunidade em atividades recreativas no biotério, sendo estes comportamentos essenciais para o bem-estar dos cães que vivem em canis.
Uma da partes mais ricas de um evento é ter a oportunidade de apresentar seus trabalhos para colegas cientistas e interagir com os pares. Um Encontro pressupõe várias pessoas e foi fundamental ter a contribuição de tantos cientistas para o nosso encontro. Graduandos e pós-graduandos apresentaram suas descobertas e testaram a receptividade da comunidade científica a suas ideias. Isso não apenas enriqueceu os seus currículos, mas os ajudou a construir sua imagem como pesquisador, contribuiu para sua capacidade de argumentação e criou uma rede de contatos com colegas de área.
Nos simpósios vimos a interação entre cientistas de diferentes instituições que estão produzindo pesquisa numa mesma área. Foi uma forma rica de construir colaborações e de sintetizar descobertas.
Comissão Organizadora
Eduardo Bessa
Comissão Científica