Técnicas de aprendizagem animal têm sido empregadas em zoológicos para aprimorar as ferramentas de promoção de bem-estar animal. A dessensibilização é uma dessas abordagens, que, associada ao reforço positivo, tem a capacidade de reduzir respostas negativas a estímulos que causam desconforto. O presente trabalho relata o processo de dessensibilização de um indivíduo de onça-parda (Puma concolor) para aplicações intramusculares, com o objetivo de realizar manejos clínicos cooperativos. O Zoológico do Parque Estadual de Dois Irmãos abriga um macho de 11 anos da espécie, socializado e condicionado. O processo de dessensibilização iniciou em março de 2024, executado uma vez por semana no recinto do animal, através da tela, com a oferta de mioglobina em bisnaga plástica como reforço positivo. Ao longo das 20 sessões que foram realizadas, o espécime era condicionado a se manter encostado na tela, de modo a permitir o contato entre seu membro posterior direito e instrumentos pontiagudos e agulhas (13mm, 25mm e 30mm), de forma gradual. Em sua primeira sessão, ao introduzir os instrumentos citados, o animal não apresentou reação, o que possibilitou a inserção da agulha de 13mm. Na segunda sessão, permitiu a introdução de agulha de 25mm, apresentando pouca reação. Na terceira sessão ocorreu a tentativa de inserir soro fisiológico na sua musculatura, contudo, reagiu se afastando da tela. Em seguida foram feitas mais 17 sessões, onde durante a sessão 16, o indivíduo permitiu a aplicação de 0,5ml do soro, e na última obteve-se o resultado pretendido com a aplicação de 5ml de soro, posto que não exibiu reação negativa, apenas se afastou minimamente da tela e levantou levemente a cauda. Ao final do experimento, demonstra-se que a dessensibilização é um passo fundamental em programas de medicina preventiva, ao contribuir com o manejo colaborativo.
Uma da partes mais ricas de um evento é ter a oportunidade de apresentar seus trabalhos para colegas cientistas e interagir com os pares. Um Encontro pressupõe várias pessoas e foi fundamental ter a contribuição de tantos cientistas para o nosso encontro. Graduandos e pós-graduandos apresentaram suas descobertas e testaram a receptividade da comunidade científica a suas ideias. Isso não apenas enriqueceu os seus currículos, mas os ajudou a construir sua imagem como pesquisador, contribuiu para sua capacidade de argumentação e criou uma rede de contatos com colegas de área.
Nos simpósios vimos a interação entre cientistas de diferentes instituições que estão produzindo pesquisa numa mesma área. Foi uma forma rica de construir colaborações e de sintetizar descobertas.
Comissão Organizadora
Eduardo Bessa
Comissão Científica