Viver em grupo é uma estratégia amplamente documentada no Reino Animal e uma das maiores explicações é o benefício anti-predação que esse modo de vida proporciona. Além dessa, existem outras estratégias que mitigam esse risco, como a vigilância, apresentando-se como uma forma de aumentar a habilidade de detectar possíveis ameaças no ambiente. Esse comportamento está presente no repertório de diversos animais, dentre eles, os Calitriquídeos, primatas neotropicais de tamanho corporal reduzido, o que os torna mais suscetíveis à essa pressão seletiva. Portanto, este estudo propõe-se a entender como os padrões diários de vigilância se apresentam na espécie Callithrix jacchus (sagui-de-tufo-branco) em vida livre. Esperamos encontrar maiores frequências de vigilância no final do período de atividade desses animais, sem haver diferenças significativas entre machos e fêmeas. Para isso, durante 8 meses, foram realizadas amostragens comportamentais por meio do método de animal focal, com registros a cada 2 min, totalizando 10 registros por indivíduo. Em nossa área de estudo, Floresta Nacional de Assú - ICMBio (RN), analisamos 3 grupos de animais habituados e marcados, compreendendo um total de 14 indivíduos, sendo 5 fêmeas e 9 machos. Foi observado que a frequência de vigilância não varia de acordo com o sexo (P>0,05), mas apresenta grande redução durante o período de descanso dos animais (10:00 - 14:00) (P<0,05). Além disso, um pico desta frequência é apresentado às 16:00, horário que antecede o período do sono desses animais, corroborando com nossas hipóteses. Esse pico provavelmente corresponde-se à ida ao sítio de dormida, como há uma grande variação desses locais, o aumento da vigilância pode estar relacionada à avaliação do sítio de dormida e das possíveis ameaças ao redor, avaliando a escolha do local para esse momento de vulnerabilidade de todo o grupo, o sono.
Uma da partes mais ricas de um evento é ter a oportunidade de apresentar seus trabalhos para colegas cientistas e interagir com os pares. Um Encontro pressupõe várias pessoas e foi fundamental ter a contribuição de tantos cientistas para o nosso encontro. Graduandos e pós-graduandos apresentaram suas descobertas e testaram a receptividade da comunidade científica a suas ideias. Isso não apenas enriqueceu os seus currículos, mas os ajudou a construir sua imagem como pesquisador, contribuiu para sua capacidade de argumentação e criou uma rede de contatos com colegas de área.
Nos simpósios vimos a interação entre cientistas de diferentes instituições que estão produzindo pesquisa numa mesma área. Foi uma forma rica de construir colaborações e de sintetizar descobertas.
Comissão Organizadora
Eduardo Bessa
Comissão Científica