A comunicação exerce papel essencial para a sobrevivência e reprodução de muitas espécies, sendo a vocalização uma forma de comunicação bastante comum. A onça-parda (Puma concolor) é uma espécie brasileira cujas populações estão diminuindo gradativamente, principalmente devido à perda de habitat e à caça. Entretanto, os trabalhos de comunicação vocal com a espécie são escassos. Este estudo teve como objetivo analisar o repertório vocal da onça-parda e classificá-lo quanto aos seus parâmetros espectrais e temporais, visando compreender a diversidade do repertório vocal da espécie. Foram analisadas vocalizações emitidas em ambiente natural por indivíduos de onça-parda na região do Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, Paraná. Esses dados, fornecidos pelo Projeto Onças do Iguaçu, foram obtidos durante monitoramento de fauna com armadilhas fotográficas, entre janeiro de 2018 e dezembro de 2023. A partir dos registros obtidos, foram gerados espectrogramas no software Raven Pro 1.6, nos quais as vocalizações foram manualmente extraídas e classificadas de acordo com sua frequência, duração e assinatura vocal. Foram registradas 36 vocalizações de seis tipos diferentes. As vocalizações apresentaram duração média de 0,42±0,48 segundos e variaram de 141,59 a 2462,50 Hz de frequência mínima; de 212,39 a 4426,38 Hz de frequência máxima; de 187,50 a 2875 Hz de frequência central; de 187,50 a 3250 Hz de frequência pico; de 168,14 a 2462,54 Hz de frequência inicial; de 155,60 a 2750 Hz de frequência final. Os valores dos parâmetros temporais e espectrais registrados foram similares aos descritos na literatura para essa espécie em vida livre, mas observou-se uma maior variedade de vocalização em comparação com outros estudos, possivelmente devido ao maior esforço amostral. Acredita-se que as diferenças entre os tipos de vocalização registrados indiquem comunicação em diferentes contextos; esse aspecto será investigado na próxima etapa deste projeto.
Uma da partes mais ricas de um evento é ter a oportunidade de apresentar seus trabalhos para colegas cientistas e interagir com os pares. Um Encontro pressupõe várias pessoas e foi fundamental ter a contribuição de tantos cientistas para o nosso encontro. Graduandos e pós-graduandos apresentaram suas descobertas e testaram a receptividade da comunidade científica a suas ideias. Isso não apenas enriqueceu os seus currículos, mas os ajudou a construir sua imagem como pesquisador, contribuiu para sua capacidade de argumentação e criou uma rede de contatos com colegas de área.
Nos simpósios vimos a interação entre cientistas de diferentes instituições que estão produzindo pesquisa numa mesma área. Foi uma forma rica de construir colaborações e de sintetizar descobertas.
Comissão Organizadora
Eduardo Bessa
Comissão Científica
Ferramenta completa de submissão, avaliação e publicação de anais para eventos científicos.
