Os macacos-prego (Sapajus spp.) são o segundo grupo mais abundante de primatas nos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas - IBAMA). Os animais resgatados apresentam diminuição nos comportamentos típicos da espécie, como comportamentos de forrageamento e manuseio de alimento, além do surgimento de estereotipias. Segundo a IUCN, a reabilitação é etapa mandatória antes da soltura de animais resgatados, visando aumentar as chances de sobrevivência após o retorno à natureza, proporcionando aos indivíduos oportunidades para desenvolver e melhorar competências comportamentais necessárias. Neste trabalho testamos se há modificação na frequência de manipulação de 25 macacos-prego (Sapajus spp.) mantidos em 4 grupos sob os cuidados do CETAS-PB em Cabedelo. Esses animais foram acompanhados antes e durante a aplicação de um protocolo de reabilitação manipulativa para quebra de sementes (Acrocomia aculeata), verificando se há melhorias nas habilidades manipulativas ao longo desse período. *As observações eram realizadas em todos os recintos diariamente no período da tarde, de segunda-feira a sexta-feira, duravam 20 minutos com registros comportamentais a cada 2 minutos, durante abril de 2024 a julho de 2024, totalizando 800 minutos de observação por recinto. Enquanto o protocolo foi realizado pela manhã, durante maio de 2024 a junho de 2024* . Utilizamos modelo linear misto para testar a variação no desempenho manipulativo ao longo do estudo. Encontramos um aumento na manipulação média com diferenças significativas entre o período pré realização do protocolo de reabilitação e pós início da mesma (p<0,05), demonstrando melhoria dos comportamentos típicos do grupo, apresentando efeito duradouro mesmo após término da reabilitação, confirmando a eficácia e necessidade deste tipo de atividade para macacos-prego cativos.
Uma da partes mais ricas de um evento é ter a oportunidade de apresentar seus trabalhos para colegas cientistas e interagir com os pares. Um Encontro pressupõe várias pessoas e foi fundamental ter a contribuição de tantos cientistas para o nosso encontro. Graduandos e pós-graduandos apresentaram suas descobertas e testaram a receptividade da comunidade científica a suas ideias. Isso não apenas enriqueceu os seus currículos, mas os ajudou a construir sua imagem como pesquisador, contribuiu para sua capacidade de argumentação e criou uma rede de contatos com colegas de área.
Nos simpósios vimos a interação entre cientistas de diferentes instituições que estão produzindo pesquisa numa mesma área. Foi uma forma rica de construir colaborações e de sintetizar descobertas.
Comissão Organizadora
Eduardo Bessa
Comissão Científica