Antas são herbívoros de grande porte e hábito solitário, porém com capacidade de se habituar à presença de outros animais que não sejam uma ameaça potencial, assim como à presença humana, como é o caso de animais que residem em zoológicos. Nessas situações, é fundamental o emprego de técnicas de aprendizagem animal facilitadoras de manejos diários, como a dessensibilização, que visa reduzir respostas adversas por meio da exposição gradual a estímulos específicos, acompanhados de reforços positivos. O presente trabalho objetiva relatar o processo de dessensibilização para coleta de sangue de uma anta (Tapirus terrestris) para realização de check up médico. No Zoológico do Parque Estadual de Dois Irmãos (Recife-PE), reside um macho de anta com aproximadamente 20 anos de idade, habituado à presença humana e condicionado a posicionar-se em decúbito lateral, recebendo afagos (axila, queixo e região inguinal) como reforço positivo. A dessensibilização iniciou em abril de 2024, sendo o animal submetido a três sessões por semana com duração de 30 minutos cada, totalizando 14 sessões. Com o animal posicionado em decúbito lateral, o acesso às veias safena ou cefálica na face medial dos membros pélvicos, era realizado gradativamente através do estímulo com algodão embebido em álcool a 70%, instrumentais cirúrgicos com pontas de diferentes diâmetros e, por fim, com agulha hipodérmica 24G (20x0,55 mm). Após 12 sessões, o animal permitiu a primeira coleta efetiva, e na sessão de número 14 a coleta foi novamente sucedida, com amostra aproveitada para processamento laboratorial. A idade avançada e histórico anterior de anemia do animal, ressalta a importância da realização do condicionamento para punção venosa, possibilitando acompanhamento clínico do animal com maior profundidade através da leitura dos valores hematológicos. Através do condicionamento e da consequente coleta da amostra sanguínea, pode-se garantir maior controle sobre a sanidade do animal alvo.
Uma da partes mais ricas de um evento é ter a oportunidade de apresentar seus trabalhos para colegas cientistas e interagir com os pares. Um Encontro pressupõe várias pessoas e foi fundamental ter a contribuição de tantos cientistas para o nosso encontro. Graduandos e pós-graduandos apresentaram suas descobertas e testaram a receptividade da comunidade científica a suas ideias. Isso não apenas enriqueceu os seus currículos, mas os ajudou a construir sua imagem como pesquisador, contribuiu para sua capacidade de argumentação e criou uma rede de contatos com colegas de área.
Nos simpósios vimos a interação entre cientistas de diferentes instituições que estão produzindo pesquisa numa mesma área. Foi uma forma rica de construir colaborações e de sintetizar descobertas.
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Eduardo Bessa
Comissão Científica