A dopamina (DA) se associa com a redução do estresse e com respostas a estímulos associados à recompensa em vertebrados. Assim, os níveis de liberação da DA podem indicar a interpretação de um estímulo como positivo ou aversivo. Paralelamente, a estimulação táctil corporal (ET), como toques ou massagens, pode ter valência positiva para humanos e outros animais. Em teleósteos, reduz a agressividade e o estresse, sendo considerada como uma ferramenta de promoção de bem-estar nesses animais. Alguns estudos evidenciam a associação da DA com a ET, contudo, essa relação ainda tem sido pouco explorada em peixes. Assim, testamos a hipótese de que a DA está associada à ET em peixes teleósteos. Para isso, indivíduos agrupados (4 peixes/grupo) de douradas (Sparus aurata) foram expostos por 7 dias a um aparato estimulador composto por uma moldura retangular de PVC fixada no centro do aquário, com hastes plásticas verticalmente acopladas contendo cerdas de silicone nas laterais. Os peixes recebiam estimulação quando passavam entre as cerdas. Em seguida, os animais foram destinados a um dos três tratamentos (injeção agonista D1, n=12; injeção antagonista D1, n=12; ou injeção salina controle, n=12). Após 5 minutos, os animais foram inseridos no aquário contendo, dessa vez, um estimulador com 50% cerdas e 50% sem cerdas, para análise da preferência pela ET pós-tratamento. Observamos que o os animais tratados com antagonista D1 apresentaram frequência relativa da escolha pela estimulação significativamente maior que os demais tratamentos (Média(erro inferior-erro superior); Salina: 0,20(0,15-0,26); Agonista D1: 0,32(0,25-0,40); Antagonista D1: 0,52(0,57-0,39); Generalized Linear Model, p = 0.006). Portanto, evidencia-se uma associação das vias dopaminérgicas com a ET em douradas, indicando uma valência positiva desse tipo de enriquecimento em peixes teleósteos.
Uma da partes mais ricas de um evento é ter a oportunidade de apresentar seus trabalhos para colegas cientistas e interagir com os pares. Um Encontro pressupõe várias pessoas e foi fundamental ter a contribuição de tantos cientistas para o nosso encontro. Graduandos e pós-graduandos apresentaram suas descobertas e testaram a receptividade da comunidade científica a suas ideias. Isso não apenas enriqueceu os seus currículos, mas os ajudou a construir sua imagem como pesquisador, contribuiu para sua capacidade de argumentação e criou uma rede de contatos com colegas de área.
Nos simpósios vimos a interação entre cientistas de diferentes instituições que estão produzindo pesquisa numa mesma área. Foi uma forma rica de construir colaborações e de sintetizar descobertas.
Comissão Organizadora
Eduardo Bessa
Comissão Científica