Particularidades na Anestesia de Coelhos (Oryctolagus cuniculus): revisão de literatura

  • Autor
  • Julia Araujo Huguet da Silva
  • Co-autores
  • Marcia Siqueira Lima , Nathália Andrade Guimarães , Myla Cristina Bastos Barcellos
  • Resumo
  •  

     

     

    A aquisição de coelhos (Oryctolagus cuniculus) como animais de estimação tem crescido com o passar dos anos no Brasil. São animais dóceis, mas que se estressam facilmente, podendo ser necessária a contenção química para exames diagnósticos e posterior procedimento cirúrgico. O risco anestésico para lagomorfos é 1,83% maior do que para outras espécies e, por isso, conhecer seu comportamento, anatomia e fisiologia é essencial para um procedimento seguro. Esta revisão de literatura busca reunir as principais particularidades na anestesia de coelhos, com o objetivo de orientar o Médico Veterinário. O cuidado na anestesia desses animais começa antes mesmo da chegada ao centro cirúrgico. É comum a solicitação de jejum pré-operatório, que não deve exceder o período entre 1 a 2 horas, uma vez que a privação prolongada de alimento pode desencadear hipoglicemia e desidratação. Esse jejum reduzido não leva a broncoaspiração no trans anestésico porque, por razões anatômicas, não apresentam êmese. Além disso, a retirada da alimentação pode levar a desequilíbrios gastrointestinais, como alterações na microbiota intestinal e íleo paralítico. O breve jejum é capaz de diminuir a distensão gástrica, o que facilita a manipulação das vísceras pelo cirurgião e a respiração do paciente. Além disso, garante que não haja alimentos na cavidade oral do animal, facilitando a intubação orotraqueal, que é uma das maiores dificuldades na anestesia de coelhos. Por conta da anatomia da cavidade oral e dentição, a intubação é feita, na maioria das vezes, às cegas, seguindo os conhecimentos de anatomia topográfica da espécie. A intubação pode ser feita com o auxílio de um endoscópio, mas ainda é pouco utilizado na rotina veterinária. Os coelhos têm grande relação entre área de superfície e peso corporal, o que aumenta a perda de calor no período trans anestésico. Entretanto, manobras como o uso de tapete térmico podem minimizar a hipotermia. Mais da metade dos óbitos relacionados à anestesia estão no período pós-operatório, sendo necessário manter esses animais sob observação por pelo menos 3 horas após a recuperação anestésica. Com o incremento da casuística de coelhos na clínica veterinária pelo crescimento exponencial do mercado pet, associado ao hiato de conhecimento durante a graduação em Medicina Veterinária, se faz necessário a análise em revisões como esta para respaldar e orientar o Médico Veterinário para conduta eficaz e segura para os coelhos.

  • Palavras-chave
  • coelhos, anestesia, intubação, Oryctolagus cuniculus
  • Área Temática
  • Medicina Veterinária de Animais Selvagens
Voltar Download
  • Clínica Médica, Cirúrgica e Reprodução de Pequenos Animais
  • Clínica Médica, Cirúrgica e Reprodução de Grandes Animais
  • Produção e Sanidade Animal
  • Medicina Veterinária de Animais Selvagens
  • Tecnologia de Alimentos e Inspeção de Produtos de Origem Animal
  • Saúde Única

Comissão Organizadora

SEMAMBRA

Comissão Científica

Felipe Zandonadi Brandão

Luciano Antunes Barros

Maria Carmela Kasnowski Holanda Duarte

Roberson Sakabe