CARCINOMA DE CÉLULAS DE TRANSIÇÃO DE ALTO GRAU EM CADELA – RELATO DE CASO

  • Autor
  • Sérgio Branco Pereira Junior
  • Co-autores
  • Patrícia Moraes Graçoeiro Oliveira Crespo , João Marcos da Silva Barbosa , Daniela Araujo de Sousa , Nathalia Teixeira do Nascimento , Paula Dias Rematero , Giullia Buriti Meriade , Felipe Gomes Ferreira Padilha , Juliana da Silva Leite
  • Resumo
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    O carcinoma de células de transição é um tumor maligno derivado do epitélio transitório do trato urinário (urotélio) que comumente afeta o trígono vesical. Apesar dos tumores em vesícula urinária serem incomuns no cão, compreendendo 1 a 2% de todas as neoplasias caninas relatadas, são relativamente frequentes em cães mais velhos (com idade média que varia de 9 a 11 anos). Os sinais clínicos incluem hematúria, estrangúria, disúria, polaciúria, e, se não tratada, pode resultar em obstrução urinária ou complicações relacionadas à metástase. O diagnóstico é realizado por histopatologia de biópsias de tecidos obtidas por cistoscopia ou cirurgia. Devido à localização, a ressecção cirúrgica é limitante, e o tratamento é a base de quimioterápicos, inibidores de ciclo-oxigenase (COX), cirurgia e radioterapia. O objetivo deste trabalho é relatar o carcinoma de células de transição em cadela como um diagnóstico diferencial na rotina clínica veterinária. Neste estudo relata-se um caso de uma cadela da raça poodle, 11 anos, com histórico de poliúria. Durante o exame clínico, foi realizada coleta para hemograma e bioquímica sérica. Foram observados leucopenia e leve aumento em fosfatase alcalina 188,2U/L (20 – 156U/L) e triglicerídeos 160,8 mg/dL (20 – 132mg/dL). Na ressonância magnética, foram evidenciadas lesões em colo de vesícula urinária e uretra proximal medindo cerca de 1,5 x 1,4 x 1,6 cm, seguido pelo exame de cistoscopia, que evidenciou proliferação anormal do tecido da mucosa (neoplasia) na região de óstio uretral interno, validando a suspeita de foco proliferativo neoplásico, sendo realizada coleta de fragmentos para análise. À histopatologia, observou-se proliferação de células do epitélio urotelial, sustentadas por estroma fibrovascular. Células com moderado pleomorfismo, anisocitose (citoplasma moderado, ora poliédrico e eosinofílico, ora vacuolado em padrão de anel de sinete) e moderada anisocariose (núcleos ovalados e múltiplos), cromatina finamente pontilhada e macronúcleos. Contagem de 33 figuras de mitose em dez campos em aumento de 400x. Há, ainda, leve à moderada necrose focalmente extensa e leve infiltrado inflamatório linfoplasmocitário multifocal. Cadela foi encaminhada para acompanhamento oncológico e instituição do tratamento apropriado. Este relato ratifica a importância do diagnóstico precoce da afecção para conduzir estratégias mais eficazes de tratamento e aumentar as chances de sobrevida.

     

  • Palavras-chave
  • Carcinoma urotelial, Cistocopia, Neoplasia de bexiga
  • Área Temática
  • Clínica Médica, Cirúrgica e Reprodução de Pequenos Animais
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