APLICAÇÕES DA LUZ ULTRAVIOLETA NO PROCESSAMENTO DE ALIMENTOS E BEBIDAS: UMA REVISÃO

  • Autor
  • Letícia Santana Camara
  • Co-autores
  • Maria Eduarda da Silva Cruz , Adriano Gomes da Cruz , Maria Carmela Kasnowski Holanda Duarte
  • Resumo
  • As tecnologias emergentes não térmicas vêm sendo estudadas como métodos alternativos ou complementares aos tratamentos convencionais utilizados no processamento de alimentos, visando garantir a qualidade sensorial, nutricional e microbiológica. Objetivou-se, com a presente revisão bibliográfica, elucidar a ação da radiação ultravioleta na produção de alimentos, ressaltando as principais aplicações e vantagens. Realizou-se o levantamento bibliográfico com palavras chaves em bases de dados digitais como Periódicos CAPES, Scielo, Science Direct e Google Scholar. A radiação ultravioleta (UV) possui vantagens tecnológicas como baixo custo de instalação e manutenção, grande potencial de comercialização e não gera resíduos ambientais. O tratamento, na maioria das vezes, não resulta em alterações nos parâmetros físicos e dos atributos sensoriais, como cor, textura e aparência. É uma forma não ionizante de luz invisível, situada na porção do espectro eletromagnético entre a luz visível e os raios X. A luz UV compreende a faixa de comprimento de onda entre 100-400 nm, que produz três principais tipos de raios: UV-A, UV-B e UV-C. O comprimento UV-A (315-400 nm) tem sido usado para purificação de água, enquanto os raios UV-C (200-280 nm) são descritos como germicidas e têm sido utilizados para processamento de alimentos, particularmente auxiliando na inativação microbiana. O comprimento de onda UV-C proporciona efeito letal mais eficaz em diferentes microrganismos, provocando quebra de ligações no DNA, o que altera o metabolismo e a reprodução, levando à morte celular. Na indústria de alimentos, a luz UV tem sido utilizada para diversos fins como descontaminação do ar, água, superfícies de embalagens e equipamentos. A aplicação com êxito já foi descrita em diversos alimentos de origem vegetal como sucos, saladas e vegetais prontos para o consumo. Também há relatos na literatura da aplicação em produtos de origem animal como filé de frango, carne suína, pescado, ovos, leite e queijos. Conclui-se que a radiação UV pode fornecer produtos seguros aos consumidores, com impactos menores nos aspectos nutricionais e sensoriais. Sendo assim, apresenta-se como uma promessa considerável no processamento de alimentos, podendo ser combinada a outros tratamentos de conservação para obter efeitos sinérgicos, constituindo uma barreira tecnológica adicional ao crescimento microbiano, uma vez que há certa preocupação com a contaminação cruzada pós-processamento de alimentos.

  • Palavras-chave
  • Tecnologia emergente; Indústria de alimentos; Radiação UV-C;
  • Área Temática
  • Tecnologia de Alimentos e Inspeção de Produtos de Origem Animal
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