A urolitíase é uma afecção frequente em cães, caracterizada pela formação de cálculos no trato urinário. Sua ocorrência está relacionada a fatores como predisposição genética, dieta, alterações no pH urinário, infecções, condições metabólicas, entre outros. Pode causar disúria, hematúria e até obstrução urinária, sendo necessária intervenção precoce. O presente estudo objetiva apresentar a conduta clínica cirúrgica com associação de medicamentos e manejo alimentar em um caso clínico de urolitíase em canino, fêmea, da raça Shih-tzu, 5,8 Kg, 4 anos de idade atendida em uma clínica veterinária, localizada na Região Metropolitana de Belém. Na anamnese foi relatado histórico de parto normal 30 dias antes da consulta, apresentando dor abdominal intensa, anorexia e anúria. Tutor percebeu hematúria pouco frequente, seguido de normúria durante a gestação, logo, não procurou ajuda médica imediatamente e a paciente teve sintomatologia agravada após o parto. Foram solicitados exames complementares, como hemograma, que revelou sinais compatíveis com processo inflamatório, bioquímicos de perfil renal se mantiveram normais, fosfatase alcalina elevada e ultrassonografia abdominal, a qual sugeriu presença de cálculo em vesícula urinária. Após os exames, foi realizada cistocentese de alívio e sondagem uretral com sedação, para desobstruir o trato urinário e, no dia seguinte, realizou-se procedimento cirúrgico de cistotomia, seguido de terapia medicamentosa associada ao manejo alimentar adequado. A prescrição consistiu na antibioticoterapia, composta por Norfloxacino, controle da dor com dipirona e prednisolona e, medicamento manipulado (Tansulosina 0,01 mg/Kg, Cranberry 10 mg/Kg, Mirtilo 10 mg/Kg, D-manose 10 mg/Kg e Phyllanthus niruri 10 mg/Kg) para o controle de cálculos vesicais e aumento do fluxo urinário. A paciente retornou 18 dias após a prescrição, apresentando polaciúria e disúria, a mesma foi submetida a uma nova sondagem e foi realizada a analgesia, sendo liberada no dia seguinte para continuar o tratamento em casa, o qual demonstrou resultados satisfatórios sem recidivas. Portanto, o presente relato ressalta a relevância do diagnóstico precoce e da intervenção imediata para essa patologia. A abordagem se mostrou inicialmente eficaz para a resolução do quadro agudo. Entretanto, a recidiva observada reforça a natureza multifatorial da doença, evidenciando a necessidade de uma estratégia de associação terapêutica, abrangendo cada possibilidade de fator presente.
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