A parvovirose canina (CPV-2) é uma das principais doenças infectocontagiosas que acometem cães jovens, apresentando alta taxa de mortalidade quando não diagnosticada precocemente. Caracteriza-se por vômitos, diarreia hemorrágica, apatia, febre e leucopenia acentuada, sendo considerada uma das enfermidades virais de maior impacto clínico na medicina veterinária de pequenos animais. De forma semelhante, a intoxicação por Aloe Vera que ocorre principalmente pela presença de antraquinonas no látex da planta, pode induzir os mesmos sinais gastrointestinais, o que dificulta a diferenciação clínica inicial. Esses casos suspeitos de intoxicação por plantas podem confundir o diagnóstico inicial, atrasando a conduta terapêutica adequada. Relatar o caso de um cão da raça Beagle com suspeita inicial de intoxicação por Aloe Vera, cujo diagnóstico definitivo foi parvovirose canina, destacando a importância do diagnóstico diferencial em quadros gastrointestinais. Metodologia: Paciente macho, fértil, seis meses de idade, foi atendido no município de Coqueiro-Ananindeua com histórico de ingestão de babosa e sinais de inapetência, vômitos e diarreia sanguinolenta. Foram realizados exames laboratoriais, ultrassonografia abdominal e testes rápidos para doenças infecciosas. O teste rápido confirmou a infecção por parvovírus, enquanto os exames para giardíase e 4DX foram negativos. O hemograma revelou alterações significativas, e a ultrassonografia evidenciou hepatomegalia, esplenomegalia, gastrite, enterite, linfonodos intestinais reativos e edema pancreático. O tratamento instituído incluiu fluidoterapia, agentes gastroprotetores, hepatoprotetores, imunomoduladores, antieméticos e administração de soroglobulina, resultando em melhora clínica progressiva e estabilização do quadro. Apesar da suspeita inicial de intoxicação por Aloe Vera, a parvovirose canina foi confirmada como a principal enfermidade responsável pelos sinais clínicos. O caso reforça a importância da inclusão de testes para doenças infecciosas em cães jovens com sinais gastrointestinais e evidencia que o diagnóstico precoce da parvovirose é determinante para um prognóstico favorável.