INFECÇÃO POR PARVOVIROSE CANINA AGRAVADA PELA INGESTÃO DE SANSEVIERIA TRIFASCIATA: RELATO DE CASO CLÍNICO

  • Autor
  • Taliany Cristiny dos Santos Reis
  • Co-autores
  • Paulo Antonio da Silva Rodrigues , Daynara Guimarães da Silva , Pedro Henrique Marques Barrozo
  • Resumo
  • A parvovirose canina é uma doença viral aguda, altamente contagiosa e potencialmente fatal, caracterizada por sinais gastrointestinais severos e leucopenia intensa, podendo ser agravada por coinfecções, desnutrição ou intoxicações, como a ingestão de plantas ornamentais tóxicas, incluindo a Sansevieria trifasciata (Espada-de-São-Jorge), que contém saponinas irritativas ao trato digestivo. Relatar um caso de parvovirose associada à ingestão dessa planta, ocorrido na zona rural de Mosqueiro-PA, destacando a interação entre infecção viral e toxicidade ambiental. Foi atendido um cão macho, sem raça definida, com 2 anos e 10 kg, imunizado com vacinas nacionais, cujo tutor presenciou a ingestão da planta. No atendimento inicial, apresentava vômitos frequentes, diarreia sanguinolenta e fétida, apatia, febre e hipoglicemia, sendo estabilizado com fluidoterapia intravenosa de ringer com lactato, associada a glicose, monitoramento clínico intensivo e correção de distúrbios eletrolíticos. No exame físico constatou-se desconforto abdominal e, no Tempo de Preenchimento Capilar (TPC), evidenciou-se desidratação. Foram solicitados teste rápido para parvovirose, hemograma, bioquímica sérica e ultrassonografia abdominal. Os exames confirmaram parvovirose, leucopenia intensa e aumento da fosfatase alcalina; a ultrassonografia revelou hepatomegalia, esplenomegalia, gastrite, enterocolite, linfonodos reativos e sinais de nefropatia. Durante a internação, instituiu-se terapêutica intensiva composta por antieméticos: Maropitant (1 mL/kg SC, uma vez ao dia) e Ondansetrona (1 mL/20kg IV, a cada 8h); antibacterianos: Ceftriaxona (25–50 mg/kg IV, a cada 12 h) e Metronidazol (15 mg/kg IV, a cada 12h); imunomodulador Leucogen® (5 mL/animal, a cada 12 h); protetores gastrointestinais e suporte: Ornitil® (1mL/kg SC, a cada 24h), probiótico (1-4g VO, a cada 24h). Apesar do manejo intensivo, o paciente evoluiu a óbito após 48 horas de internação. Conclui-se que a associação entre parvovirose e intoxicação por S. trifasciata potencializou a gravidade clínica, dificultou o diagnóstico diferencial e comprometeu a resposta terapêutica, evidenciando a importância da anamnese detalhada, manejo precoce, orientação aos tutores e vacinação preventiva para reduzir a morbimortalidade em cães jovens.

  • Palavras-chave
  • Plantas tóxicas, diagnóstico diferencial, toxicologia veterinária.
  • Área Temática
  • Clínica Médica e Cirúrgica de Animais Domésticos
Voltar
  • Animais Selvagens e Exóticos
  • Clínica Médica e Cirúrgica de Animais Domésticos
  • Medicina Veterinária Diagnóstica
  • Defesa Sanitária Animal e Produtos de Origem Animal
  • Ensino em Medicina Veterinária
  • Ética, Bem-Estar Animal, Medicina do Coletivo e Desastres
  • Produção Animal e Reprodução Animal
  • Saúde Pública