O traumatismo crânioencefálico (TCE) geralmente resulta em isquemia cerebral, hipóxia, edema e hemorragia. Esta última pode ser intracraniana, extracraniana, subdural, subaracnoidea ou intraparenquimatosa. O TCE pode ser decorrente de quedas, lesões por esmagamento ou por arma de fogo, ataques de outros animais e maus tratos. Esse tipo de trauma está entre as principais causas de óbitos em primatas não humanos em cativeiro. Este trabalho tem como objetivo relatar os achados anatomopatológicos de um traumatismo crânioencefálico em um Callimico goeldii. Uma Callimico goeldii, filhote, de um centro de pesquisa localizado no município de Ananindeua-PA, foi encontrada em óbito no interior do recinto sem sinais aparentes da causa do óbito, foi encaminhada para exame de necrópsia para estabelecer a causa mortis. Durante o exame externo foi observada aparente crepitação em calota craniana, secreção nasal sanguinolenta bilateral e as mucosas ocular e oral estavam pálidas. No exame interno foi observada área de hematoma no subcutâneo em região craniana. O crânio apresentou pequena área de fratura em osso frontal e presença de hemorragia e coágulos subdural no córtex frontal e na região occipital, e aparente edema cerebral. O animal em questão evoluiu a óbito em decorrência do traumatismo cranioencefálico. No TCE, os pacientes geralmente apresentam isquemia cerebral, hipóxia, edema e hemorragia, culminando com o óbito destes.