O insulinoma é uma neoplasia pancreática rara, geralmente de caráter maligno, que afeta predominantemente cães idosos de porte médio a grande, levando à produção excessiva de insulina e resultando em episódios de hipoglicemia severa. Sua ocorrência é pouco frequente, e a apresentação clínica pode variar, incluindo sinais neurológicos como convulsões, fraqueza, tremores, desorientação e alterações comportamentais, decorrentes da neuroglicopenia. No caso estudado, um cão idoso da raça Pinscher apresentou quadro de hipoglicemia persistente, convulsões e sinais neurológicos, o que levou ao diagnóstico de insulinoma através de exames laboratoriais, incluindo a dosagem de insulina endógena, e de imagem por tomografia computadorizada, que revelou um nódulo pancreático sugestivo de neoplasia com possíveis metástases. O tratamento cirúrgico não foi realizado devido a outras comorbidades, então optou-se por tratamento medicamentoso e controle dietético, diante da condição clínica do paciente. O protocolo incluiu o uso de Fosfato de Toceranib, recebendo inicialmente uma dose de 3,25mg/kg de peso corporal a cada 48 horas, por via oral, durante 4 dias, seguido de um ajuste para 2,25mg/kg a cada 48 horas, por via oral, durante 10 dias. Além disso, foi realizado controle glicêmico por meio de uma dieta específica para pacientes diabéticos e um controle balanceado de alimentação natural. Após o tratamento, o paciente recebeu alta hospitalar apresentando bom estado geral, e posteriormente, o tratamento foi mantido com a dose de 3,25mg/kg a cada 48 horas, por via oral. O controle da hipoglicemia foi fundamental para estabilizar o animal, que apresentou melhora clínica significativa, demonstrando que, mesmo em casos avançados ou com metástases, o manejo clínico pode proporcionar qualidade de vida ao paciente. Este relato evidencia a complexidade do diagnóstico, especialmente em animais com diabetes pré-existente, onde episódios de hipoglicemia podem ser confundidos com dificuldades no controle glicêmico, dificultando a identificação do tumor. Assim, reforça a importância de uma investigação detalhada, incluindo exames de imagem e laboratoriais, para a detecção precoce e o tratamento adequado do insulinoma, visando prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida dos cães afetados.