As neoplasias de glândula mamária em felinos correspondem à terceira neoplasia mais frequente nessa espécie, sendo superadas apenas pelas de origem hemolinfopoiética e cutânea. A influência hormonal ovariana exerce um papel importante no desenvolvimento da doença. Essas neoplasias resultam de alterações genéticas que comprometem os mecanismos de crescimento, reparo e função celular. Entre os subtipos, o carcinoma túbulo-papilífero destaca-se por sua natureza maligna, com potencial infiltrativo, alta atividade mitótica e acentuado pleomorfismo celular. Histologicamente, caracteriza-se por células colunares a fusiformes organizadas em estruturas tubulares e projeções papilares. Embora sua etiologia permaneça incerta, a literatura aponta que o uso de fármacos sintéticos derivados do estrogênio pode predispor ao surgimento desta neoplasia. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso de carcinoma túbulo-papilífero mamário em uma gata. Foi encaminhada ao Laboratório de Patologia Veterinária da UFRA (LABOPAT) uma cadeia mamária completa, acompanhada de mama contralateral e linfonodo, de uma fêmea felina, sem raça definida, com 4 anos de idade, para exame histopatológico. Macroscopicamente, observaram-se, na palpação, duas pequenas nodulações firmes, medindo 0,5 × 0,3 × 0,3 cm e 0,4 × 0,5 × 0,2 cm. A mama contralateral apresentou consistência firme, dimensões de 1,0 × 1,0 × 0,5 cm e coloração esbranquiçada ao corte, com duas áreas centrais acastanhadas. Os nódulos menores exibiram superfície irregular e coloração esbranquiçada homogênea ao corte. O linfonodo apresentou áreas esbranquiçadas. Na avaliação microscópica, identificaram-se formações tubulares revestidas por células com anisocitose, muitas delas com citoplasma eosinofílico. Em algumas áreas, observou-se crescimento papiliforme tumoral e múltiplas áreas de necrose coagulativa. As margens não puderam ser totalmente avaliadas. O linfonodo acessório não apresentou sinais de metástase, porém havia numerosos hemossiderófagos. Diante dos achados, conclui-se que o diagnóstico morfológico corresponde ao carcinoma túbulo-papilífero mamário grau I.
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