A urolitíase é uma condição comum em cães, caracterizada pela formação de cálculos no trato urinário. Esses cálculos formam-se nos rins, podendo migrar e obstruir o ureter ou a uretra. A enfermidade acomete, com maior frequência, cães de raça definidas e de pequeno porte, como Schnauzer, Lhasa Apso e Pug, sem predileção por sexo. Seu desenvolvimento está associado a múltiplos fatores predisponentes, abrangendo aspectos dietéticos e não dietéticos, que influenciam diretamente na formação e precipitação dos cristais. Os cálculos de estruvitas e oxalato de cálcio são os mais comuns em cães, sendo os de estruvita mais frequentes em fêmeas, geralmente associados a processos infecciosos urinários. Por esse motivo, não deve ser considerada uma condição isolada, mas sim uma manifestação secundária. Diante disso, o presente relato tem como objetivo relatar um caso de urocistolitíase em uma cadela. Uma cadela da raça Pug, de 3 anos, foi atendida em uma clínica particular do Município de Belém apresentando como queixas principais oligúria, hematúria e disúria. Diante desse quadro, o clínico encaminhou a paciente para um exame de ultrassonografia abdominal, posteriormente a paciente foi submetida a um procedimento cirúrgico de cistotomia. No exame ultrassonográfico, observou-se a bexiga urinária pouco repleta, contendo conteúdo anecogênico de aspecto heterogêneo, compatível com a presença de pequena quantidade de sedimentos ecogênicos em suspensão e depositados no fundo vesical. Identificaram-se ainda duas estruturas curvilíneas hiperecogênicas, a maior medindo aproximadamente 3,20 cm e a menor 1,81 cm, ambas associadas a sombreamento acústico posterior. A parede vesical apresentava-se difusamente hipoecogênica, espessada e irregular, com espessura máxima de 0,66 cm. Durante o procedimento cirúrgico, foram removidos dois cálculos, medindo aproximadamente 3 cm cada, por meio de incisão abdominal na linha média. De acordo com os resultados ultrassonográficos e os achados durante o procedimento cirúrgico, sugere-se que, a paciente apresentava um quadro de cistite associada à presença de urólitos e sedimentos urinários. O caso descrito evidencia a importância do diagnóstico por imagem, em especial a ultrassonografia, para a identificação de alterações sugestivas de cistite e presença de urólitos vesicais. Além disso, é notório a relevância do tratamento cirúrgico por meio de cistotomia, que mostrou-se eficaz na remoção dos cálculos, com boa evolução clínica da paciente.