A experimentação animal desempenha papel fundamental nas pesquisas científicas, sendo indispensável para o avanço da ciência e para o desenvolvimento de novas tecnologias voltadas à detecção de doenças, medidas profiláticas e terapêuticas (CHORILLI et al., 2007). O rato de laboratório (Rattus norvegicus) é um dos modelos experimentais mais utilizados por centros de pesquisa em todo o mundo. O controle ambiental e o manejo adequado desses animais são essenciais para a manutenção da homeostase e para a obtenção de resultados reprodutíveis e confiáveis (CARVALHO et al., 2009). Entre as enfermidades que acometem animais de experimentação, destacam-se as do trato urinário, frequentemente associadas a fatores de manejo e a agentes infecciosos (BERNARDO et al., 2020). O presente trabalho tem como objetivo descrever os achados anatomopatológicos de um rato adulto (Rattus norvegicus, linhagem Wistar). Trata-se de um animal da espécie Rattus norvegicus, linhagem Wistar, proveniente de um biotério de manutenção e experimentação localizado em Belém, Pará, mantido em sala climatizada (20 - 22 °C), com ciclo claro/escuro de 12/12 horas, recebendo ração extrusada e água ad libitum. O animal encontrava-se em protocolo experimental e foi encontrado morto na gaiola de manutenção. No exame de necropsia, na avaliação externa não foram observadas alterações. Na análise interna, após abertura da cavidade abdominal, observou-se que os rins direito e esquerdo apresentavam múltiplos pontos esbranquiçados, mal delimitados, distribuídos difusamente, com aspecto fibrosado. Ao corte, verificou-se dilatação bilateral das pelves renais, contendo numerosos cálculos com diâmetro inferior a 1 mm. A bexiga urinária encontrava-se intensamente distendida e, ao corte, observou-se grande quantidade de conteúdo líquido turvo, além de múltiplos cálculos, variando entre 0,8 × 0,5 × 0,4 cm e menos de 1 mm de diâmetro. Estudos associam cálculos urinários à dieta, Anasuya (1982) descreveu maior incidência em animais que ingeriram cálcio e flúor. Os achados reforçam a importância de avaliar água, dieta e manejo, a fim de prevenir inflamação, obstrução e azotemia pós-renal, garantindo saúde e bem-estar dos animais e a qualidade das pesquisas, conforme diretrizes do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA).