A obstrução uretral é uma alteração que acomete o trato urinário de animais domésticos, podendo levar à retenção urinária, distensão vesical, azotemia e óbito (COSTA, 2008). Em roedores de laboratório, essas condições prejudicam o bem-estar animal e a qualidade dos experimentos. Segundo Nemec et al. (2025), as obstruções podem decorrer de urolitíase ou de tampões uretrais, compostos por proteínas e células inflamatórias capazes de impedir completamente a micção. O presente trabalho tem como objetivo relatar os achados anatomopatológicos de um camundongo (Mus Musculus) da linhagem Swiss com obstrução uretral. Foi avaliado um camundongo macho, adulto, proveniente de um biotério de manutenção e experimentação em Belém-PA, mantido com ração extrusada e água ad libitum. O animal apresentou lesão prepucial, apatia, edema, lambedura excessiva da genitália e distensão abdominal. Dois dias após os sinais clínicos iniciais, evoluiu a óbito. Realizou-se necropsia seguindo protocolo padronizado (COVELLI,S.D). No exame externo, o camundongo apresentou escore corporal bom e lesão prepucial. No exame interno, após rebatimento do subcutâneo observou-se edema prepucial com área violácea e presença de estrutura fibroelástica amarelada (4mm × 2 mm) na extremidade do pênis. A bexiga encontrava-se moderadamente distendida, e os rins apresentavam coloração vermelho-vinhosa bilateral. Conforme Bennett (2011), o exsudato purulento em roedores é espesso, a estrutura encontrada na extremidade do pênis pode ser sugestiva de tampão uretral de provável origem infecciosa que levou à retenção urinária e óbito do camundongo do presente caso. Destaca-se a necessidade de monitoramento clínico constante em animais de experimentação e de intervenção precoce diante de sinais sugestivos de sofrimento. A necropsia em mortes não programadas é fundamental para o diagnóstico, permitindo ajustes de manejo e contribuindo para o bem-estar animal, em consonância com as diretrizes do CONCEA (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal).