O pai, historicamente, teve um papel apenas de provedor e auxiliar da figura materna. Atualmente, verifica-se o contexto da saúde e hospitalar um espaço privilegiado para o reforço do vínculo pai e filho. O presente trabalho objetivou analisar a importância da promoção da paternidade nos cuidados com o bebê no âmbito da saúde/hospitalar. Foi realizada uma revisão integrativa na língua portuguesa, com as palavras-chave “Paternidade”, “Cuidado” e “Hospitalar” nas bases de dados Portal Capes e BVS (Virtual Health Library). Dos 38 materiais encontrados, foram selecionados sete, sendo uma tese, uma dissertação e cinco artigos, sem definição de ano, sendo excluídos apenas os repetidos e que não eram condizentes com a temática. Os resultados foram divididos em três categorias: prematuridade, filho hospitalizado e promoção da paternidade no serviço de saúde. A vivência do pai com o filho prematuro causa insegurança na paternidade, sendo que, há limitação de contato direto com o bebê na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Os profissionais de saúde podem facilitar/dificultar o contato do pai com o bebê; sendo que, há pouco acolhimento nesta prática. Informações sobre o estado de saúde do bebê se mostraram importante, bem como a confiança com os profissionais que participam do processo de internação hospitalar. Na alta, prevalece o sentimento de alegria e responsabilização pelos cuidados do filho. Foi evidenciada a importância da figura paterna na assistência humanizada, visto que, existe mais consciência e participação dos pais. O papel do pai ainda é visto de forma ambivalente no contexto hospitalar, ora como reconhecido em um lugar de vinculação com o filho, ora como provedor e auxiliar apenas dos cuidados maternos. A lei do acompanhante representa um avanço para a garantia de direitos na relação pai-filho. Em relação a promoção da paternidade nos serviços de saúde, os estudos mostraram que permanece entre os pais o medo de perder o trabalho, devido à demora na resolução das demandas. Percebe-se que raramente os pais são inseridos no pré-natal das mulheres. Ademais, a crença cultural de que os homens possuem menos cuidado com a própria saúde implica negativamente nos cuidados com o filho. O estudo mais antigo da revisão (Centa, 1981), apresentou que os homens possuíam papel de auxiliar nos cuidados com a mãe, demonstrando as mudanças do papel paterno na atualidade, em que há mais desejo de envolvimento e protagonismo. Porém, já problematizava a discussão entre os profissionais de saúde e inserção da temática em cursos de saúde. Diante do exposto, notou-se que com o passar do tempo, o pai aumenta o desejo em se inserir nos cuidados do filho, especialmente no contexto hospitalar, em que existe preocupação com o desenvolvimento e recuperação do bebê. O trabalho e os profissionais de saúde podem ser fatores impeditivos ou dificultadores para o sucesso na participação dos cuidados paternos em serviços de saúde e hospitalares.
Comissão Organizadora
Profª. Dra. Fabiana Regina da Silva Grossi
Prof. Dr. José Rafael de Souza
Prof. Me. Celso Almeida de Lacerda
Profª. Me Catiana Nogueira dos Santos
Prof. Me. Diego Clímaco Patrocinio
Profª Me. Suellem Urnauer
Profª Me. Marilucia Freitas Rios
Comissão Científica