A MUNDIALIZAÇÃO DO CERRADO E A REFORMA AGRÁRIA QUE NÃO ACONTECEU

  • Autor
  • OLIVEIRA, Bruna Felipe de Araújo
  • Resumo
  • RESUMO: O processo acelerado de degradação do Cerrado se tornou um processo irreversível, colocando em risco de extinção, não apenas a flora e a fauna desse bioma, mas também os recursos naturais e hídricos e de todo território brasileiro. Dado a isso, o discurso que envolve a reforma agrária está diretamente ligado ao processo de modernização agrícola trouxe a destruição do Cerrado, pela imposição da tecnologia e racionalidade científica, (na agricultura brasileira, especialmente no estado de Goiás - principal fronteira agrícola do país) transformou a paisagem rural do Brasil central em grandes áreas de o plantio técnico do planalto. Isso tem levado ao despejo (desterritorialização) de milhares de famílias que hoje se aglomeram precariamente nos centros urbanos, redefinindo a questão urbano-rural nesse processo. O estudo trabalha com o problema: Como a comoditização do cerrado impediu sua reforma agrária? O objetivo principal do estudo é compreender de que forma a mundialização do cerrado prejudicou e prejudica a sua reforma agrária. A metodologia utilizada foi uma pesquisa bibliográfica e natureza qualitativa, com a investigação de dados que pudessem contribuir na compreensão e análise sobre os aspectos epistemológicos da globalização, da problemática nacional e da região do cerrado. De acordo com a classificação feita pela Conservation International, (ARRUDA; SÁ, 2003, p. 54), o “Cerrado goiano é um dos hotspots do mundo, porque foram identificadas as áreas naturais mais biologicamente diversas e ameaçadas do planeta”.  Em outras palavras, um local com muitas espécies endêmicas e de alto risco. O World Wildlife Fund (WWF) a classifica como uma das ecorregiões mais importantes do planeta. Contudo, a destruição acelerada do ecossistema do Cerrado Brasileiro tem levado cientistas e organizações a voltarem suas atenções para o segundo maior bioma brasileiro. Hoje, o Cerrado é a savana mais diversa do mundo, superando até mesmo suas contrapartes africanas. O Estado brasileiro a nível municipal, estadual e federal, violou suas obrigações relativas aos direitos humanos ao promover o avanço do agronegócio na região, ao não proteger a população original das ações dos grileiros locais, das empresas do agronegócio e dos investidores, e ao não estabelecer uma prestação de contas. Não respeitou e protegeu o direito coletivo à terra da população original e as maneiras específicas com que eles utilizam e administram seus territórios. (OLIVEIRA, 1990). Depois, na década de 60, quando houve uma nova possibilidade de reforma agrária, veio o golpe militar. E assim o Brasil, como nação, nunca se permitiu a realização de uma reforma agrária e isso traz sérias consequências para o povo brasileiro (PALMEIRA, 1989). Há muitos sinais de que já passou da hora de uma discussão séria sobre o uso racional do que ainda resta do Cerrado goiano. Além dos dados de intensa destruição da vegetação nativa, a perda de solo e a invasão de plantas exóticas dão indícios de que o desmatamento pode não causar prejuízos irreversíveis à região, inclusive danos aos agricultores. As políticas públicas para voltados para o campo, de modo geral, ou foram descontinuadas ou sobrou pouco recurso que inviabiliza a execução.

  • Palavras-chave
  • Cerrado, Mundialização, Agricultura Brasileira, Reforma agrária.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Humanas
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  • Saúde

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