RESUMO: O processo acelerado de degradação do Cerrado se tornou um processo irreversível, colocando em risco de extinção, não apenas a flora e a fauna desse bioma, mas também os recursos naturais e hídricos e de todo território brasileiro. Dado a isso, o discurso que envolve a reforma agrária está diretamente ligado ao processo de modernização agrícola trouxe a destruição do Cerrado, pela imposição da tecnologia e racionalidade científica, (na agricultura brasileira, especialmente no estado de Goiás - principal fronteira agrícola do país) transformou a paisagem rural do Brasil central em grandes áreas de o plantio técnico do planalto. Isso tem levado ao despejo (desterritorialização) de milhares de famílias que hoje se aglomeram precariamente nos centros urbanos, redefinindo a questão urbano-rural nesse processo. O estudo trabalha com o problema: Como a comoditização do cerrado impediu sua reforma agrária? O objetivo principal do estudo é compreender de que forma a mundialização do cerrado prejudicou e prejudica a sua reforma agrária. A metodologia utilizada foi uma pesquisa bibliográfica e natureza qualitativa, com a investigação de dados que pudessem contribuir na compreensão e análise sobre os aspectos epistemológicos da globalização, da problemática nacional e da região do cerrado. De acordo com a classificação feita pela Conservation International, (ARRUDA; SÁ, 2003, p. 54), o “Cerrado goiano é um dos hotspots do mundo, porque foram identificadas as áreas naturais mais biologicamente diversas e ameaçadas do planeta”. Em outras palavras, um local com muitas espécies endêmicas e de alto risco. O World Wildlife Fund (WWF) a classifica como uma das ecorregiões mais importantes do planeta. Contudo, a destruição acelerada do ecossistema do Cerrado Brasileiro tem levado cientistas e organizações a voltarem suas atenções para o segundo maior bioma brasileiro. Hoje, o Cerrado é a savana mais diversa do mundo, superando até mesmo suas contrapartes africanas. O Estado brasileiro a nível municipal, estadual e federal, violou suas obrigações relativas aos direitos humanos ao promover o avanço do agronegócio na região, ao não proteger a população original das ações dos grileiros locais, das empresas do agronegócio e dos investidores, e ao não estabelecer uma prestação de contas. Não respeitou e protegeu o direito coletivo à terra da população original e as maneiras específicas com que eles utilizam e administram seus territórios. (OLIVEIRA, 1990). Depois, na década de 60, quando houve uma nova possibilidade de reforma agrária, veio o golpe militar. E assim o Brasil, como nação, nunca se permitiu a realização de uma reforma agrária e isso traz sérias consequências para o povo brasileiro (PALMEIRA, 1989). Há muitos sinais de que já passou da hora de uma discussão séria sobre o uso racional do que ainda resta do Cerrado goiano. Além dos dados de intensa destruição da vegetação nativa, a perda de solo e a invasão de plantas exóticas dão indícios de que o desmatamento pode não causar prejuízos irreversíveis à região, inclusive danos aos agricultores. As políticas públicas para voltados para o campo, de modo geral, ou foram descontinuadas ou sobrou pouco recurso que inviabiliza a execução.
Comissão Organizadora
Profª. Dra. Fabiana Regina da Silva Grossi
Prof. Dr. José Rafael de Souza
Prof. Me. Celso Almeida de Lacerda
Profª. Me Catiana Nogueira dos Santos
Prof. Me. Diego Clímaco Patrocinio
Profª Me. Suellem Urnauer
Profª Me. Marilucia Freitas Rios
Comissão Científica