Introdução : A anemia é uma doença frequente, com aumento nos últimos anos e de prevalência alta nos pacientes internados, ocorrendo aproximadamente entre 40-45% dos casos, chegando a 60% em pacientes em Unidade de Terapia Intensiva ( UTI), com 30% deles apresentando níveis menores que 9g/dL de hemoglobina. Quase 95% destes pacientes evoluirão com anemia dentro dos primeiros três dias da admissão e 97% até o 8 dia de internação na UTI Objetivo: Traçar o perfil clínico-epidemiológico de pacientes internados em hospital universitário de Fortaleza, no período de 2020 a 2021, submetidos a endoscopia digestiva alta em caráter de urgência para investigação de queda de hemoglobina, além da avaliação de seus achados endoscópicos. Metodologia: Estudo observacional, descritivo e retrospectivo, com avaliação de prontuários e resultados de exames, sendo o desfecho principal os achados endoscópicos. Resultados: Foram avaliados 132 pacientes, 51% homens, com idade média de 59 anos, com motivo variável de internação, 44% apresentando pelo menos uma comorbidade conhecida, hemoglobina média de três dias antes do exame 7.88g/d, divididos em dois grupos: Com exteriorização de sangramento(CS=23) e Sem exteriorização(SS=109). 3,7% apresentou achados sugestivos de sangramento ativo ou recente na endoscopia avaliada(CS:13% e SS: 1,8%), sendo a ectasia vascular antral o achado mais prevalente das endoscopias com sangramento ativo. Conclusão: A endoscopia é muito utilizada na investigação de queda de hemoglobina, porém, apesar de ser um procedimento de baixo risco, pode estar relacionada a complicações. Diante da multifatorialidade de causas de anemia e dos riscos relacionados a procedimentos endoscópicos, é importante a avaliação consciente do emprego desses exames, também sendo conveniente a realização de mais estudos sobre o tema.
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Francisco Antônio Araújo Oliveira
André Novaes