Introdução:A lesão de espraiamento lateral envolve lesões superficiais com tamanho igual ou superior a 10 mm e que possuem predominância de crescimento horizontolateral em relação ao crescimento vertical. São encaminhados para ressecção endoscópica os pacientes que apresentarem: pólipos de glândulas fúndicas maiores de 10mm ou localizados no antro; pólipos hiperplásicos maiores de 10mm, com presença de displasia ou sintomáticos e pólipos adenomatosos de qualquer tamanho.
Objetivo: Descrever o uso da técnica de dissecção endoscópica da submucosa (ESD) como opção de tratamento em lesões de espraiamento lateral em antro gástrico.
Descrição do caso: Paciente 41 anos, sexo masculino, em seguimento após biopsia de lesão de espraiamento lateral medindo cerca de 4 cm, com o histopatológico positivo para pólipo hiperplásico em grande curvatura do antro. Foi optada pela realização da ESD. Exame realizado com antibioticoterapia profilática (ceftriaxona 2g e metronidazol 500mg) sob bom preparo do estômago com aparelho de 9,8 mm e auxílio de “cap”. Demarcação de lesão com pontos de cauterização utilizando pinça Flush Knife ao longo das bordas da lesão. Confecção de botão em submucosa com solução de colóide gelafundin? + corante azul de metileno com auxílio do injetor de 6 mm. Tunelização da submucosa, hemostasia de vasos e ressecção com auxílio de pinça Flush Knife. A lesão foi retirada em monobloco e o procedimento ocorreu sem intercorrências. No laudo histopatológico: estômago com lesão de espraiamento lateral em antro; adenoma gástrico do foveolar em mucosa pilórica e margens cirúrgicas com alteração de eletrocautério livres de displasia. Em endoscopia de controle após 3 meses, observou-se leito de ressecção prévia de adenoma com área de retração cicatricial, medindo cerca de 3 cm no maior eixo e recoberta por tecido de aspecto enantemático. Após análise, o laudo constatou ausência de displasia ou neoplasia.
Conclusões: A remoção endoscópica por dissecção da submucosa é um procedimento que se diferencia dos demais métodos pela possibilidade de ressecção extensa, em monobloco, ampliando as possibilidades do tratamento endoscópico e com melhores resultados curativos. Embora esteja associada a taxas superiores de complicações devido à dificuldade técnica do procedimento, é uma técnica bastante eficaz com baixas taxas de recorrência em lesões em estágios iniciais.
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