Introdução: O câncer colorretal (CCR) é o segundo câncer de maior incidência em ambos os sexos no Brasil e levantou-se a hipótese de piores taxas de detecção de adenoma no período da pandemia de Covid-19.
Objetivo: Avaliar a influência da pandemia de COVID19 nas colonoscopias de rastreio de câncer colorretal em nosso meio.
Métodos: O estudo incluiu 1621 prontuários de colonoscopias realizadas entre março de 2019 até fevereiro de 2021, através de análise retrospectiva e transversal. Foram avaliados o perfil epidemiológico, qualidade do exame e a taxa de detecção de adenoma (ADR) nas colonoscopias de rastreio. Além disso, foi realizada averiguação das caraterísticas dos pólipos identificados, como o tamanho, tipo endoscópico, tipo histológico e localização.
Resultados: Dos prontuários analisados, foram incluídos 456 pacientes que realizaram colonoscopia de rastreio para CCR. Do total, 296 foram realizados no período de 2019, e 160 no de 2020. Em 2019, a distribuição da taxa de detecção de adenoma descrita foi de 28,4% no primeiro semestre e de 26,7% no segundo, enquanto, somando-se todo o ano foi de 27,7% e dividindo-se esse dado entre os sexos 23,9% e 32,8% para os sexos feminino e masculino, respectivamente. A menor taxa de detecção de adenoma (16,4%), foi no primeiro semestre de 2020, compensada por aumento significativo na ADR (31%), no segundo semestre, que levou a uma porcentagem de 25,6% ao final do período.
Conclusão: Na presente análise, encontramos redução, no ano mais afetado pelos fechamentos decorrentes da tentativa de mitigação da pandemia, no número de colonoscopia de rastreamento em relação ao ano pré-pandemia de COVID19. Isto, ocorreu principalmente no primeiro semestre de 2020, quando se evidenciou tendência negativa na taxa de detecção de adenoma total e estatisticamente significativa no sexo masculino ao se comparar aos meses correspondentes do ano anterior.
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Francisco Antônio Araújo Oliveira
André Novaes