Introdução: A Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE) é um método invasivo utilizado com fins diagnósticos e terapêuticos, que possibilita acesso aos ductos pancreáticos, hepáticos e às vias biliares. A CPRE é uma opção de tratamento de coledocolitíase com taxa de sucesso superior a 74%. Objetivo: Apresentar caso de uma paciente de 70 anos que necessitou da realização de CPRE como alternativa para o tratamento da coledocolitíase. Descrição do caso: Paciente 70 anos, mulher, admitida em serviço de emergência apresentando febre, calafrios, prostação e hiporexia associados à dor em hipocôndrio direito (HCD) há 7 dias. Ao exame físico, hipocorada (+/4+), desidratada (++/4+) e abdome doloroso à palpação de HCD. Ultrassonografia (USG) de abdome total: abscesso intra-hepático, com coleção de 130 mL e colédoco de 1,4 cm. A Colangioressonância Magnética revelou ducto colédoco dilatado com 4 cálculos, o mais distal medindo cerca de 1 cm na papila duodenal, dilatação à montante do ducto colédoco com diâmetro transverso de 1,8 cm no terço proximal, vesícula biliar distendida com cálculo de 1,9 cm na região infundibular e fígado aumentado com lesão ovalada heterogênea e conteúdo líquido espessado (336 mL), compatível com abscesso hepático. Diagnóstico operatório de colangite secundária a coledocolitíase. Optada CPRE: papila duodenal maior protrusa; tentativa de cateterismo sem sucesso; pré-corte com auxílio de Needle Knife e saída de bile de aspecto purulento; passado fio-guia zebrado hidrofílico em via biliar; estudo contrastado da via biliar: árvore biliar de calibre aumentado; papilotomia com drenagem de secreção biliar purulenta; triagem da via biliar com balão extrator e recuperação de cálculos fragmentados (0,3 e 0,5 cm); fluoroscopia com via biliar limpa. Indicada drenagem percutânea de abscesso hepático guiado por USG. Uso de dreno aspirativo por 9 dias. Tomografia computadorizada com contraste de abdome superior de controle: derrame pleural bilateral com atelectasia passiva; presença de coleção intra-hepática no lobo direito e imagem hiperdensa no interior de vesícula biliar, compatível com cálculo. Antibioticoterapia por 3 semanas e colecistectomia posterior sem intercorrências, tendo alta no 9º dia do pós-operatório. Conclusões: A partir do sucesso obtido no procedimento cirúrgico relatado, a colangite secundária à coledocolitíase pode ser tratada de forma segura e eficaz, apesar de casos complicados como o abscesso hepático.
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Francisco Antônio Araújo Oliveira
André Novaes