Relato de caso: síndrome de hipertensão portal de provável etiologia esquistossomótica descompensada após 20 anos de esplenectomia.

  • Autor
  • DANIEL FERREIRA SILVA
  • Co-autores
  • Moni Chiara Araujo Barbosa , Daniel Gonzaga da Silva , Victor Mariano Alencar e Silva , Aldillany Maria Rodrigues da Silva
  • Resumo
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    Introdução: A rotura de varizes esofágicas e consequente hemorragia digestiva é a causa com maior potencial de letalidade da hipertensão portal esquistossomótica. O tratamento através da esplenectomia com desvascularização da grande curvatura do estômago apresenta taxas de recidiva hemorrágica inferiores a 15%. Descrição do caso: Paciente, 71 anos, sexo masculino, encaminhado ao ambulatório de gastroenterologia devido à descompensação de síndrome de hipertensão portal por ascite e hérnia umbilical há 6 meses. História de gastrectomia parcial de corpo e fundo por varizes, com anastomose esofagogástrica e esplenectomia em 2003. Ao exame físico: sarcopênico, ictérico (+/4+) e edemaciado em membros inferiores (++/4+). Em uso de furosemida 40mg, 2x/dia e espironolactona 100 mg, 1x/dia. Ultrassonografia de abdome: sinais de doença crônica parenquimatosa do fígado (DCPF) com fibrose periportal, perivesicular e atrofia do lobo direito hepático (esquistossomótica); veias portais de calibre aumentado e ascite moderada. Endoscopia digestiva alta (EDA): veias esofágicas nos dois terços inferiores (3 de médio e 1 de fino calibre); gastrectomia parcial de fundo e corpo com anastomose esofagogástrica; gastropatia hipertensiva portal moderada. Anatomopatológico: gastrite crônica acentuada ativa com áreas de metaplasia intestinal moderada e pesquisa para Helicobacter pylori positiva.Ressonância Magnética de abdome superior: sinais de DCPF; esplenectomia prévia, vasos ectasiados no hilo hepático e na região subfrênica esquerda, podendo corresponder a hipertensão portal; volumosa ascite, com discreto espessamento da membrana peritoneal nas regiões subfrênicas de aspectos inespecíficos. Afastadas hepatites virais, marcadores para hepatite autoimune e doença de Wilson. Optada EDA terapêutica com ligadura elástica para colocação de 4 ligas sem intercorrências. Paciente foi encaminhado para biópsia hepática por vídeo para seguimento do caso. Conclusões: A avaliação da hemodinâmica portal tem auxiliado no entendimento da patogênese e no prognóstico da síndrome de hipertensão portal. O aparecimento de varizes esofágicas após duas décadas da terapêutica cirúrgica instiga esclarecimentos e explicações acerca de justificativas para as recidivas. A ausência de estudos a longo prazo em pacientes com varizes esofagogástricas e esquistossomose hepatoesplênica faz com que casos de recidiva após muitos anos de procedimento cirúrgico continuem gerando questionamentos.

     

  • Palavras-chave
  • varizes esofágicas; recidiva; esplenectomia; esquistossomose
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • XV Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva
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  • XV Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva

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