INTRODUÇÃO: Os tumores neuroendócrinos (TNE) são neoplasias derivadas das células cromafins, encontradas em todo o corpo, principalmente no trato gastrointestinal (TGI). Suas características dependem do sítio de origem, podendo ou não secretar substâncias funcionais. Os TNE de reto representam 27% do total dos TNE do TGI e na maioria das vezes são achados incidentalmente em exames endoscópicos, pois frequentemente são pequenos e assintomáticos. A ecoendoscopia (EUS) retal tem grande relevância na avaliação dos TNE retais, pois determina o tamanho, a invasão tumoral e a presença de metástase linfovascular perirretal, sendo eficaz em diagnosticar e descrever lesões com apenas 2 mm, além de propor o tipo de tratamento. Tumores pequenos, limitados à mucosa e sem doença nodal podem ser tratados por ressecção endoscópica ou excisão local com segurança. OBJETIVO: Descrever um caso de tumor neuroendócrino diagnosticado em exame de rastreio e com tratamento endoscópico. APRESENTAÇÃO DO CASO: Mulher, 48 anos, assintomática, submetida a colonoscopia de rastreamento com achado de divertículos em cólon ascendente e lesão subepitelial em reto distal, de consistência fibroelástica, com vasos mucosos ascendentes e discreta depressão central, medindo cerca de 1,5 cm e distando 4 cm da linha pectínea. Posteriormente realizou EUS retal com conclusão de lesão hipoecoica, homogênea, em segunda camada da parede retal, medindo 10 mm x 8,7 mm, a cerca de 4 cm da linha pectínea, sugestiva de neoplasia carcinoide. Como tratamento foi realizada a ressecção da lesão por via endoscópica com alça de polipectomia diatérmica, sem intercorrências. O resultado do anatomopatológico concluiu como tumor neuroendócrino com margem de ressecção livre e exígua. A imunohistoquímica evidenciou imunopositividade para cromogranina A, sinaptofisina e índice de Ki-67 de 1%, confirmando um tumor neuroendócrino de reto grau 1, moderadamente diferenciado. COMENTÁRIOS FINAIS: O tumor neuroendócrino de reto apresenta-se, na maioria dos casos, oligossintomático, podendo ser diagnosticado ao acaso em colonoscopias de rotina. Quanto mais precoce é o diagnóstico, melhor é o estadiamento da lesão, principalmente quando se tem disponível a ecoendoscopia visto que através dela se pode avaliar o tamanho da lesão, a profundidade e a invasão de linfonodos regionais, auxiliando na decisão terapêutica. Na abordagem do TNE de reto, o tratamento pode ser feito com ressecção endoscópica, apresentando ótimo prognóstico.
