INTRODUÇÃO
Sabe-se que os canabinóides (CBD) são eficazes no manejo da dor crônica. Entretanto, na dor aguda há questionamentos sobre sua aplicabilidade, visto a escassa produção científica. Assim, o presente estudo objetiva revisar os resultados do uso de CBD no tratamento de dor aguda no pós-operatório.
MÉTODOS
Trata-se de uma revisão de literatura, por meio da busca dos descritores: “cannabinoids”; “postoperative” e “acute pain”, nos bancos de dados PubMed, Scielo e Medline, em que obteve-se 14 artigos. Foram excluídos artigos publicados há mais de 5 anos e não correspondentes ao tema, restando um total de 5 artigos para a revisão.
RESULTADOS
Dos cinco artigos selecionados, um trata-se de uma revisão sistemática e metanálise, um de estudo de coorte retrospectivo e três revisões de literatura.
De um modo geral, os artigos demonstraram indiferença no consumo de analgésicos no pós-operatório (PO) e maior incidência de efeitos adversos quando comparado CBD e morfina.
Dois estudos enfatizaram o aumento da gravidade da dor em repouso e movimento após 12 horas de PO, maior risco de hipotensão PO e aumento dos distúrbios de sono.
Em apenas um dos estudos evidenciou resultados positivos, relatando redução da dor em repouso e necessidade de analgesia de resgate com o uso de cannador, um derivado de CBD, em doses de 5 a 15 mg, não foi especificado a via de administração, contudo, houve maior índice de efeitos adversos. Houve interrupção do estudo devido a ataque vasovagal em um paciente com dose de cannador de 15mg.
Em nenhum dos estudos analisados foi abordado sobre os efeitos a longo prazo com o uso dessas substâncias.
CONCLUSÕES
Os artigos estudados não demonstraram superioridade dos CBD comparado com os analgésicos tradicionalmente usados para dor no PO. Ressalta-se também, para a ocorrência de efeitos adversos indesejáveis, como também o aumento da dor PO. Ademais, enfatizou-se a heterogeneidade dos estudos, necessitando de mais ensaios clínicos randomizados. Conclui-se que o uso de CBD para a terapêutica da dor aguda no PO não deve ser recomendada, visto que até então, não há benefícios comprovados.
Comissão Organizadora
Congresso Médico UCB
Mariana Martins Castro
Anna Luiza Brito Franceschini
Gabriel Andrade de Santana Xavier
Débora de Freitas Britto Rêgo
Marcos Filipe Bueno Langkamer
Isadora
Caroline Beatriz Santos Oliveira
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Marcela Carvalho
Lucas Anversa Tiarling
Marcella Barreto Campos
Filipe Alves Ramos
Laura Olivia Tavares Souto
Ana Gabriella Tittoto
Weberth Oliveira Santos
Ana Beatriz Stella Marques Mendes
João Vitor Gonçalves Marques
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Comissão Científica