Introdução
O pneumotórax espontâneo é a presença de ar livre na cavidade pleural sem a presença de um agente externo precipitante. Relata-se uma paciente com diagnóstico de pneumotórax espontâneo previamente acometido com pneumonia por COVID-19 internado na UPA do Recanto das Emas.
Descrição do caso
Paciente do sexo feminino, 35 anos, havia dado entrada na UPA de Recanto das Emas, com um quadro de tosse seca e dor torácica e em costas, associada a dispneia progressiva, com diagnóstico de pneumonia por COVID-19, recebendo alta após 8 dias internada. Retornou à UPA após 20 dias, com queixa de piora do quadro da dor, sem relato de cuidados deste sintoma, com retorno após mais 15 dias, sendo constatado pneumotórax espontâneo, sem história de trauma prévio ou doença de base, sendo submetida a drenagem torácica. Paciente evoluiu somente com dor leve em local de inserção do dreno. Devido a presença de formação bolhosa visualizada em TC de tórax, optado por pleuroscopia à esquerda com extração de fibrinas esparsas pela cavidade com grumos gelatinosos e posterior bulectomia. Paciente evoluiu favoravelmente na enfermaria, recebendo alta dentro de 1 semana de pós-operatório.
Discussão
Classifica-se o pneumotórax espontâneo em primário ou secundário, ocorrendo o primário em pacientes sem doença pulmonar evidente e tem como principal causa a ruptura de uma vesícula enfisematosa subpleural (bleb) ou de uma lesão enfisematosa parasseptal subpleural (bulla). O tratamento consiste em evacuar o ar do espaço pleural e prevenir recorrências e a melhor abordagem ainda é foco de debate, sendo as condutas mais comuns a observação clínica, aspiração com agulha e/ou drenagem pleural com tubo de toracostomia. O tratamento cirúrgico ocorrerá nas seguintes situações: pneumotórax recidivado ipsilateral; primeiro episódio contralateral; pneumotórax bilateral; fuga aérea persistente de 5 a 7 dias após drenagem ou não reexpansão pulmonar; hemotórax espontâneo; profissões de risco como mergulhadores e pilotos, gestação; pneumonectomia contralateral e pneumotórax hipertensivo.
Conclusão
O pneumotórax espontâneo primário é uma doença multifatorial que necessita de uma avaliação clínica minuciosa para a intervenção efetiva e ágil. O retardamento das intervenções necessárias aumenta o risco de sequelas e, em alguns casos, chegando a óbito. Sua associação com pneumonia viral pelo Covid-19 trata-se de uma novidade no meio médico, necessitando ainda de mais estudos para melhor compreensão de relação efeito/causa.
Comissão Organizadora
Congresso Médico UCB
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Isadora
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Clarissa de Lima Oliveira e Silva
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