Introdução: O câncer esofágico, apesar de incomum (3,2% dos casos de neoplasias), é uma patologia com alta letalidade (88%) e está relacionada com fatores de risco ordinários. Objetiva-se analisar um caso recente de carcinoma espinocelular esofágico, dada sua relevância clínica e epidemiológica. Descrição do caso: S.M.A., masculino, 40 anos, residente e procedente da Ceilândia-DF, admitido na UTI cirúrgica em 04/08/20, queixando-se de epigastralgia e perda ponderal de 10 Kg, há 10 meses. Referiu ser ex-tabagista há 1 ano (carga tabágica de 30 anos/maço) e ex-etilista há 9 anos. Relatou episódios de disfagia baixa, de início recente associada a odinofagia. Ao exame físico, apresentou-se em regular estado geral. Foram solicitados endoscopia digestiva alta (EDA), que indicou carcinoma indiferenciado (G4) em terço médio esofágico, e tomografia computadorizada de tórax (TC), que indicou espessamento parietal segmentar irregular no terço médio esofágico, determinando estreitamento do calibre luminal (22 mm) em íntimo contato com a aorta descendente e linfonodomegalia na cadeia hilar direita (15 x 13 mm). Foi indicada esofagectomia de 3 vias com posterior evolução benigna. Discussão: O câncer esofágico possui dois principais tipos histológicos mais comuns, o carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma, os quais constituem mais de 95% dos cânceres de esôfago. No Brasil, o câncer de esôfago está na nona colocação entre os homens e na décima quinta entre as mulheres. Os principais fatores de risco incluem o tabagismo, etilismo, obesidade e exposição a hidrocarbonetos policíclicos nitrosaminas. Apesar de ser um câncer com alta letalidade, a neoplasia esofágica tem o seu início, geralmente assintomático, tendo como principal sintoma a disfagia progressiva. Os exames complementares a serem utilizados incluem endoscopia digestiva alta com biópsia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. A detecção precoce proporciona a possibilidade de tratamento cirúrgico, com ressecção do tumor, dos linfonodos regionais e remodelamento do canal esofágico. Conclusão: O relato exposto versa sobre um paciente com fatores de riscos, tabagismo e etilismo, que o predispuseram a desenvolver câncer de esôfago. Ademais, percebe-se a compatibilidade do caso com as características descritas na literatura, além do diagnóstico precoce desafiador, vistas as manifestações tardias. Assim, é preciso alinhar promoção em saúde, diagnóstico precoce através do rastreamento e tratamentos eficazes para reduzir a prevalência do câncer de esôfago.
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