INTRODUÇÃO: A diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença crônica multifatorial, envolvendo fatores genéticos e ambientais. Este estudo objetivou avaliar a relação entre o estresse psicológico na infância e o posterior desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 1. METODOLOGIA: Realizou-se uma revisão de literatura por meio de pesquisas na base de dados PubMed/MEDLINE com os descritores (“Psychological stress AND autoimmune diseases AND childhood”), (“Psychological stress AND type 1 diabetes AND childhood”) e (“type 1 diabetes AND risk factors AND childhood”), sendo selecionados 7 artigos em língua inglesa, publicados entre os anos 2015 a 2019. DISCUSSÃO: Ultimamente, a incidência de DM1 em crianças aumentou considerável e muito rapidamente para que sua etiologia permanecesse atribuída unicamente a fatores genéticos, sendo necessário avaliar as influências dos fatores ambientais. Os estudos analisados apontaram o estresse psicológico crônico como um potencial fator influente, destacando experiências negativas, severas ou estressantes na infância, especialmente nos primeiros 14 anos. Os principais fatores que provocariam o estresse psicológico infantil incluíam morte de parentes próximos, doenças na família ou da criança, violência, abuso emocional/sexual, nova estrutura familiar– divórcio/separação dos pais, novo adulto na família– e luto. Esse estresse tóxico na criança aumentaria as concentrações de catecolaminas, hormônio do crescimento e cortisol, elevando a necessidade periférica por insulina e provocando resistência insulínica. Isso culminaria na hiperatividade, stress e consequente falência das células beta. Ademais, acredita-se que a sobrecarga dessas células poderia alterar padrões na resposta imunológica, de modo a torná-los mais suscetíveis a processos autoimunes. Isso explicaria a associação entre concentrações positivas de IA-2, GAD65 e HSP60 –marcadores autoimunes da DM1– e crianças expostas a elevados e crônicos níveis de estresse em alguns estudos. CONCLUSÃO: Os estudos analisados confirmaram a relação entre os traumas psicológicos na infância e o desenvolvimento da DM1, mostrando que são potenciais fatores de risco. A vivência desses eventos até os 14 anos triplicou os chances de desenvolvê-la. No entanto, ainda é necessário realizar mais estudos para melhor compreender a fisiopatologia desse acontecimento e da ativação imunológica, considerando outros biomarcadores do estresse, diferentes faixas etárias e outros fatores de influência.
Comissão Organizadora
Congresso Médico UCB
Mariana Martins Castro
Anna Luiza Brito Franceschini
Gabriel Andrade de Santana Xavier
Débora de Freitas Britto Rêgo
Marcos Filipe Bueno Langkamer
Isadora
Caroline Beatriz Santos Oliveira
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Marcela Carvalho
Lucas Anversa Tiarling
Marcella Barreto Campos
Filipe Alves Ramos
Laura Olivia Tavares Souto
Ana Gabriella Tittoto
Weberth Oliveira Santos
Ana Beatriz Stella Marques Mendes
João Vitor Gonçalves Marques
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Comissão Científica