Introdução: A Doença de Chagas Aguda (DCA) é uma protozoose, de notificação compulsória, causada pelo Trypanosoma Cruzi. Pode ser descrita como uma doença com diversas vias de transmissão. O objetivo deste trabalho é abordar a situação epidemiológica da DCA no Brasil entre os anos de 2008 e 2018. Metodologia: Consiste em um estudo descritivo, em série temporal, de análise epidemiológica de dados obtidos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Analisou-se os casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação de Doença de Chagas Aguda, no período de 2008 a 2018 no Brasil. Foram selecionadas as variáveis: região de notificação, ano 1º sintoma(s) e modo provável de infecção. Resultados e Discussão: No Brasil, entre os anos de 2008 a 2018 foram notificados 2547 casos de DCA. O local com maior incidência foi a região Norte (2413 casos), seguida da região Nordeste (94 casos), Centro-oeste (29 casos), Sudeste (8 casos) e região Sul (4 casos). Outrossim, ao analisar os casos confirmados segundo modo provável de infecção, observou-se maior prevalência da transmissão via oral (1978 casos), seguida da vetorial (231 casos), vertical (12 casos) e alguns casos de transmissão acidental (4 casos). Esses dados sugerem que apesar do avanço da tecnologia em saúde e do investimento em vigilância e controle urbano da população de vetores, os casos de transmissão vetorial persistem e, ademais, a taxa de transmissão oral evidenciou-se a principal responsável no aumento da incidência da DCA. Nesse sentido, ao avaliar a epidemiologia da doença, nota-se maior atenção de políticas públicas para o controle da transmissão vetorial e transfusional e uma negligência quanto à via oral. Conclusão: A prevalência da Doença de Chagas Aguda está intimamente ligada à precária condição de vida da população, sendo mais comumente associada ao baixo nível socioeconômico e ao hábito, das regiões Norte e Nordeste, de ingestão de alimentos como o caldo de cana e o açaí, facilitando a transmissão oral. Faz-se necessário a promoção de políticas sanitárias que considerem essa via de transmissão tão relevante quanto os outros tipos, melhorando a higiene desses produtos naturais.
Comissão Organizadora
Congresso Médico UCB
Mariana Martins Castro
Anna Luiza Brito Franceschini
Gabriel Andrade de Santana Xavier
Débora de Freitas Britto Rêgo
Marcos Filipe Bueno Langkamer
Isadora
Caroline Beatriz Santos Oliveira
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Marcela Carvalho
Lucas Anversa Tiarling
Marcella Barreto Campos
Filipe Alves Ramos
Laura Olivia Tavares Souto
Ana Gabriella Tittoto
Weberth Oliveira Santos
Ana Beatriz Stella Marques Mendes
João Vitor Gonçalves Marques
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Comissão Científica