Linfoma Anaplásico de Células Grandes Associado à Implante Mamário.

  • Autor
  • Fernanda Pacheco Mendes Coelho.
  • Co-autores
  • Clarice Senna Goepfert. , Felipe Romério Marques Durães Barbosa. , Natália Toledo Cavalier. , Victória Maria Alves Ferreira. , Cássio César Arrais Leão.
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO: Os implantes mamários têm sido amplamente utilizados e estão sujeitos a complicações, sendo um deles o linfoma anaplásico de grandes células associado ao implante de mama (BIA-ALCL). Assim, este trabalho objetiva trazer atualizações acerca dessa relação para melhor prognóstico. 

    METODOLOGIA: Utilizou-se a revisão integrativa. Busca realizada nas bases de dados: PubMed, LILACS e DeCS. Descritores: “linfoma anaplásico de células grandes”; “implantes de mama”; “neoplasias da mama”; “mamoplastia”; “seroma”. Critérios de inclusão: artigos disponíveis na íntegra e publicados em português ou inglês. Critérios de exclusão: artigos sem versão completa e em aguardo de publicação. 

    DISCUSSÃO: O BIA-ALCL é um linfoma não-Hodgkin de células T localizado na superfície dos implantes. Doença rara que representa 2% a 3% desses linfomas em adultos e 0,5% dos cânceres de mama.  A fisiopatologia compreende processo inflamatório na superfície da prótese. Os implantes texturizados são os mais associados por possuírem maior superfície de contato, logo, há mais biofilme formado, provocando adesão bacteriana. Suspeita-se de seroma tardio periprótese sem o histórico de trauma ou infecção. Clinicamente há coleção de líquido ou massa capsular. A ecografia identifica a presença de líquido, de massas capsulares e associa-se à punção para investigação. O fluido é turvo e espesso e há grandes linfócitos epitelióides pleomorfos, com citoplasma abundante, núcleo reniforme excêntrico e nucléolo proeminente.  A doença estagia-se em IA, IB, IC, IIA, IIB, III e IV. O tratamento inclui retirada do implante, capsulectomia completa, excisão de adenopatia suspeita e excisão das margens de linfoma. Não há dados para recomendar mastectomia, biópsia de linfonodo sentinela, linfadenectomia axilar ou reconstrução mamária. O melhor prognóstico se dá com cirurgia de eliminação completa da cápsula. O acompanhamento é feito a cada 3 a 6 meses durante 2 anos, além de exames de imagem e o segmento dependerá das manifestações clínicas do paciente. 

    CONCLUSÃO: Dessa análise, o implante de próteses mamárias pode estar associado ao BIA-ALCL mediante sua atuação imunológica e relação com os distúrbios linfoproliferativos das células T. Desse modo, faz-se necessário tratamento cirúrgico de retirada do implante com capsulectomia total da massa e remoção de todo o tecido macroscopicamente suspeito. Todavia, ainda se sabe pouco sobre como e por quê os implantes de silicone poderiam desencadear uma resposta linfóide, culminando no BIA-ALCL.

  • Palavras-chave
  • linfoma anaplásico de células grandes, implantes de mama, neoplasias da mama, mamoplastia, seroma.
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