TELARCA PRECOCE ISOLADA SECUNDÁRIA À TERAPIA DA COALESCÊNCIA DOS PEQUENOS LÁBIOS: UM RELATO DE CASO

  • Autor
  • Mariana de Andrade Nogueira
  • Co-autores
  • Nicole Messenberg Guimarães Miller , Beatriz de Almeida Barroso , Vinícius Leandro Oliveira de Medeiros , Demétrio Antônio Gonçalves da Silva Gomes
  • Resumo
  • Introdução
    A telarca precoce isolada (TPI) consiste no crescimento mamário prematuro sem demais sinais de maturação sexual. Enquanto isso, a coalescência dos pequenos lábios (CPL) ocorre quando há aderência dos pequenos lábios, formando uma membrana obstruinte, de forma total ou parcial.

    Descrição do caso
    MPF, 1 ano e 12 dias, feminino. Nascida a termo de parto vaginal sem intercorrências. Foi identificada coalescência dos pequenos lábios em porção superior ao exame físico. Região interlabial sem alterações e uretra e introito vaginal visíveis. Foram prescritos vaselina e estriol tópicos, com abertura parcial da coalescência após 2 meses e sutil crescimento das mamas (classificação de Tanner T1P0). Tratamento tópico foi mantido até total resolução de sinéquia. Levantou-se a hipótese de telarca precoce isolada secundária ao estriol. Foi solicitada radiografia das mãos e punhos para avaliação de idade óssea (1 ano e 6 meses), ecografia pélvica (volume uterino e ovariano normais, sem cistos) e exames laboratoriais (estradiol de 6,27pg/ml, FSH de 4,0 mUl/ml e LH de 0,1 mUl/ml). Paciente segue em tratamento expectante para resolução do quadro de telarca precoce isolada.

     

    Discussão
    Sugere-se que o hipoestrogenismo tenha relação com a CPL, além de fatores como higienização genital precária e contato com irritantes. Assim, há inflamação e formação de aderências. O tratamento com estrogênio tópico é indicado para evitar complicações, sendo um efeito adverso dessa terapia o desenvolvimento da sensibilidade mamária e maturação precoce das mamas. A TPI ocorre em ambiente hiperestrogênico somado a uma resposta periférica exagerada aos hormônios sexuais. Os volumes uterinos e ovarianos geralmente são normais e a idade óssea costuma ser compatível com a idade cronológica. É incomum a apresentação da CPL simultânea à TPI em condições normais. Porém, a TPI pode ocorrer como consequência da terapia da CPL, uma vez que é induzido o aumento de estrogênio. Não há indicação para tratamento farmacológico da TPI, devendo-se instituir conduta expectante até sua resolução.

     

    Conclusão
    A CPL é comum em pacientes com menos de 8 anos de idade, com maior incidência nos dois primeiros anos de vida. Ela é normalmente identificada durante as consultas de puericultura. Dessa forma, para se evitar possíveis complicações, é de extrema importância que o profissional identifique a condição desde o início, a partir de um bom exame físico. Ele também deve estar sempre atento aos possíveis efeitos adversos da terapia utilizada para a CPL, sendo a TPI muito comum nesses casos.

  • Palavras-chave
  • telarca precoce isolada, coalescência dos pequenos lábios, estrogênio
  • Área Temática
  • Temas Livres
Voltar
  • Temas Livres

Comissão Organizadora

Congresso Médico UCB
Mariana Martins Castro
Anna Luiza Brito Franceschini
Gabriel Andrade de Santana Xavier
Débora de Freitas Britto Rêgo
Marcos Filipe Bueno Langkamer
Isadora
Caroline Beatriz Santos Oliveira
Clarissa de Lima Oliveira e Silva
Marcela Carvalho
Lucas Anversa Tiarling
Marcella Barreto Campos
Filipe Alves Ramos
Laura Olivia Tavares Souto
Ana Gabriella Tittoto
Weberth Oliveira Santos
Ana Beatriz Stella Marques Mendes
João Vitor Gonçalves Marques
Clarissa de Lima Oliveira e Silva

Comissão Científica